Max Weber, um dos maiores nomes da Sociologia ocidental, afirma que o Estado deve usar a força como um dos meios para a manutenção da ordem. Entretanto, a violência presente nos centros urbanos, nos dias atuais, demonstra o quanto a instituição pública perdeu o controle proposto pelo pensador. Assim, fica clara a necessidade de se discutir os aspectos sociais e governamentais que corroboram com o problema.
Em uma primeira análise, é válido ressaltar que a mentalidade social tem grande papel na persistência da violência no âmbito urbano. De acordo com Hannah Arendt, a reprodução de algo ruim o banaliza e dificulta ainda mais a existência de uma solução. Tendo por base, por exemplo, a quantidade de abusos sexuais contra as mulheres no Brasil, é possível observar essa normalização. Por essa razão, torna-se imprescindível a indignação e a cobrança popular por mudanças nesse paradigma.
Ademais, além da questão social, há a negligência do Governo em relação aos que sofrem. Segundo a definição aristotélica de política, essa é a gerência que vise ao bem comum. Porém, isso não reflete a realidade brasileira, uma vez que as minorias - como mulheres, negros e a população LGBTQIA+ - seguem sendo o principal alvo nos casos de agressões. Por outro lado, seus algozes seguem impunes, o que deve ser veementemente combatido pelo poder público.
Em suma, a sociedade e os próprios governantes são catalisadores da violência urbana no país. Assim, cabe às polícias civil e militar aumentar a fiscalização e a punição aos agentes do problema. Isso pode ser feito por meio do mapeamento das áreas mais perigosas, como forma de focalizar as ações policiais e torná-las mais eficientes, com a finalidade de reduzir os crimes nos locais fragilizados. Dessa maneira, o Estado, mesmo que utilizando da força, poderá manter e, enfim, democratizar a ordem e a segurança.