No longa-metragem Wall-e, é ilustrado um futuro distópico, onde o planeta Terra é representado totalmente poluído e inabitável em decorrência do excessivo despejo de lixo pelo mundo capitalista. Embora ficcional, a sociedade atual não está isenta de deplorável futuro, pois fatores como a sociedade de consumo e o descarte demasiado de resíduos contribuem para o aumento do consumo e, consequentemente, gera grandes impactos ambientais.
Em primeiro plano, depreende-se que o consumo é inerente ao ser humano, todavia nos últimos séculos, a sociedade tem promovido uma tendência desenfreada em adquirir bens de consumo. Com isso, é conveniente recordar-se do filme “Os delírios de consumo de Becky Bloom”, que retrata a manipulação diária da protagonista, a qual, mesmo falida, continua comprando exacerbadamente. Analogamente, a população brasileira é exposta, nos diversos meios de comunicação, à incessantes propagandas, que não só utilizam de pessoas influentes como também vendem uma ideia de inovação e felicidade para seduzir os consumidores, influenciando-os, assim, a adquirir até produtos que não precisam, o que acarreta uma rápida substituição de produtos.
Em segundo plano, depreende-se que o sistema pautado no lucro de empresas gera drásticos efeitos ambientais, uma vez que a indústria produz de forma massiva, gerando um consumo vicioso e, por conseguinte, um descarte inconsciente. Conforme a “World Wildlife Fund” (WWF), o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, entretanto a maioria desses resíduos, resistentes e muito duráveis, não são reutilizados, de tal forma que são utilizados apenas uma única vez e já são descartados. Tal cenário maléfico chega em toneladas aos mares todos os anos, fato que polui de rios, lagos, lençóis freáticos, além de contaminar todos os seres vivos com a liberação de substâncias tóxicas e a longo prazo pode gerar a extinção de diversas espécies, visto que os animais marinhos ingerem cada vez mais plásticos.
Portanto, para evitar a realidade letal retratada no filme Wall-e é fundamental que as mídias diminuam as transmissões de anúncios e a persuasão imposta aos consumidores. Concomitantemente, é de extrema importância que o Ministério da Educação em parceria com os influenciadores, como o Felipe Neto (classificado pela Times dentre as cem pessoas mais influentes do mundo) produzam palestras para informar e difundir a importância de um consumo sustentável e da reciclagem. Somente assim será possível mitigar o consumismo e impedir impactos ambientais nocivos no país.