No Brasil, há um alto índice de pessoas interessadas na adoção de crianças, segundo dados apresentados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para cada criança existem seis famílias dispostas a adotá-las. Entretanto, a seletividade por parte dos adotantes, faz com que muitas crianças e adolescentes permaneçam em abrigos até a fase adulta.

É evidente que o grande impasse encontrado no processo de adoção, é a preferência dos adotantes por um perfil específico da criança, a maioria dos casais opta por adotar crianças brancas e menores de um ano. Tal fato expõe a discriminação racial presente no país. Conforme a pesquisa realizada pelo CNJ, 20% dos casais prefere não adotar crianças negras, sendo que estas representam 66% do total de menores desamparados.

Em segundo plano, faz-se necessário destacar, a morosidade da Justiça, que dificulta o processo de adoção. Devido à lenta burocracia, a estadia dos jovens nos institutos de acolhimento acaba sendo prolongada. É notório que a significativa demora dos procedimentos causa um desgaste em ambas as partes, e muitas vezes faz com que as famílias reconsiderem a adoção.

Diante do exposto, é imprescindível a tomada de medidas para fomentar a discussão da adoção nas mídias sociais, realizadas por meio de ONGS em parceria com a ANGAAD, a fim de conscientizar a população acerca da importância da adotar, e diminuir a inflexibilidade nas escolhas durante o processo adotivo. Ademais, é preciso que o Congresso Nacional elabore um projeto, que vise à aceleração do processo de acolhimento, para reduzir o tempo de espera no procedimento de apadrinhamento.