É comum vermos comerciais direcionados aos idosos. Com ás várias recomendações médicas e uma mensagem chamativa, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce de forma nunca vista antes devido a evolução dos meios de publicidade e o crescimento do número de pessoas que estão incluídas nesse grupo. No entanto, tendo em vista a idade desse público, surge a pergunta: esses comerciais realmente informam ao idoso sobre todos os cuidados que ele deve tomar para viver uma vida saudável?

Existem pessoas que duvidam da capacidade de convencimento dos meios de comunicação. Porém, tais meios já foram responsáveis por mudar o curso da história.  A imprensa, no século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das causadoras da queda do absolutismo. Mas não é preciso irmos tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio.  Diante desse panorâma, É possível ver o uso das mídias sociais de forma inadequada visando interesses próprios, assim como as propagandas eleitorais, influênciando o telespectador a mudar seu voto e até mesmo nos séculos passados onde tinha-se o interesse de acabar com a monarquia absolutista.

O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público da terceira idade. Hoje, o interesse do homem em lucrar acima de tudo é tão grande que o mesmo não se preocupa caso vidas estejam em jogo e são capases de se aproveitar desse público abusando da falta de informação. Ligando esse fato, podemos ver nesses comerciais, a falta da apresentação dos problemas reais que a velhice apresenta como a depressão, o desrespeito ao idoso e a falta de inclusão deste na sociedade pois em um ponto de vista social, o homem perde seu devido valor quando ele é impossibilitado de fazer aquilo que o mundo de hoje gira em torno. O trabalho. Tal manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de que o único problema da idade avançada é a saúde debilitada e que pode ser solucionado pelo consumo do medicamento que a empresa está anunciando na propaganda, influênciando o idoso a acreditar que comprando aquele produto, todos os problemas irão desaparecer.

Como já mencionado anteriormente, a terceira idade tráz outros problemas além da saúde frágil. A exclusão do idoso da população econômicamente ativa por meio da aposentadoria, gera um pensamento de que após se aposentar, o homem perde seu valor no mundo, causando assim a depressão e no pior dos casos, o suicídio. A depressão, é um problema muito grave. Sengundo o IBGE, 11,6% das pessoas que sofrem com essa doença, são da faixa etária de 60 a 64 anos, idade esta que no Brasil já é considerado a terceira idade.

Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação a fim de limitar, como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização dessa faixa etária em suas próprias casas, com os familiares abordando esse assunto de forma compreensível e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade do Idoso.