A partir da Revolução Industrial, diversos povos passaram por profundas transformações não só econômicas como, principalmente, sociais. Embora a sociedade brasileira atual apresente contornos específicos, ainda é possível visualizar o legado presente na questão do combate à pirataria. Dessa forma, observa-se que o combate à pirataria reflete um cenário desafiador, seja em virtude de falta de legislação, seja pela isuficiencia de invertimento.
Convém ressaltar, a princípio, que a falta de legislação é um fator determinante para a persistência do problema. Maquiavel defendeu que “Mesmo as leis bem ordenadas são impotentes diante dos costumes.” A perspectiva do filósofo aponta para uma falha muito comum das sociedades: acreditar que a criação da lei em si pode resolver problemas complexos, como a questão do combate à pirataria no Brasil. Assim, o que verifica-se é uma insuficiência da legislação, se esta não vier atrelada a políticas públicas que ajam na base cultural do problema, dificultando sua resolução.
Além disso, outra dificuldade enfrentada é a questão da isuficiencia de invertimento. De acordo com dados do Tesouro Nacional, atualmente o investimento em infraestrutura é baixo e configura-se como o menor em 10 anos. No entanto, sem infraestrutura não há como atuar na questão da pirataria no Brasil, que encontra-se de forma precária. Assim, a priorização do dinheiro público em outros setores ou demandas atua como forte empecilho na intervenção do problema, dificultando sua resolução.
Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar a resolução do problema. Dessa forma, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União devem fiscalizar o destino dos investimentos brasileiros, a fim de remanejá-los a áreas que mais necessitam. Para que tal destinação seja coerente com a realidade brasileira, estes órgãos podem criar consultas públicas, nas quais a população interaja e aponte questões como o combate à pirataria, que precisam ser resolvidos com urgência.