O Brasil é um país muito grande em território, com realidades muito distintas e uma população numerosa e desigual. O dever do Estado brasileiro é garantir que seus cidadãos tenham direito à saúde e acesso aos serviços médicos. Com esse objetivo, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), o sistema público de saúde brasileiro que tem o compromisso e o desafio de atender a população superando as desigualdades sociais.
Por ser do Estado, o SUS depende dos recursos vindos do governo que nem sempre são destinados da forma correta para atender todas as necessidades da população e, além disso, ocorre má gestão dos recursos destinados à saúde pública. Como consequência disso, as clínicas e hospitais têm de lidar com um grande contingente de pessoas que buscam seus serviços e se deparam com falta de vagas, falta de leitos, de medicamentos, de médicos, ocasionando longas filas de espera. Outro problema que o SUS enfrenta é a falta de coordenação e de integração de seus serviços, porque apesar de possuir postos de saúde instalados nas periferias e no interior do país, que atendem as regiões mais distantes, não ocorre uma interligação eficiente dessa rede, o que desorganiza as estruturas de atendimento. Ainda, o Ministério da Saúde tem uma troca constante de gestores, que são escolhidos politicamente e não de forma técnica.
O SUS é um sistema fundamental no Brasil, porque oferece serviços de saúde muito bem qualificados, tem o maior programa de transplantes de órgãos e o maior programa de vacinação no mundo, além de tecnologias para o tratamento de câncer, hemodiálises e exames clínicos. O sistema de saúde pública brasileiro é uma conquista e um avanço da medicina, já está constituído e possui uma boa estrutura que só necessita ser otimizada e melhor reconhecida pela população do país.
Sendo assim, se faz necessária a elaboração de um orçamento anual, pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde, que destine mais verbas ao SUS, juntamente com a elaboração de um plano de integração da rede através das secretarias estaduais e municipais da saúde, com a exigência de que não faltem meios e recursos para atender a população. Com isso, além de não faltarem verbas no sistema de saúde, o SUS terá seus serviços otimizados com melhor coordenação das atividades, para que, quando os pacientes procurarem os serviços, tenham à disposição um bom atendimento, que lhes assegure o que é seu por direito enquanto cidadãos, ou seja, a saúde e a vida.