De acordo com dados divulgados pela Folha de São Paulo, o número de mortes em presídios foi de ao menos 372 detentos mortos em 2016, já em 2017 houveram 134 mortes na primeira quinzena de janeiro.. Esses números demonstram que o problema do sistema prisional está presente de forma complexa na realidade brasileira. Tendo isso em vista, percebe-se a consolidação de um grave problema, em virtude da falta de infraestrutura e da falta de investimento.
Em primeiro plano, é preciso atentar para a falta de infraestrutura presente na questão. A filósofa alemã Hannah Arendt defende que o espaço público seja preservado para que se assegurem as condições da prática da liberdade e da manutenção da cidadania. Ou seja, sem uma infraestrutura pública, o cidadão é prejudicado. Esse aspecto está presente de maneira decisiva no que tange o sistema prisional brasileiro, uma vez que há falta de investimento governamental em sua infraestrutura, o que acaba por dificultar sua resolução.
Outrossim, a falta de investimento ainda é um grande impasse para a resolução da problemática. Sabe-se que a base de uma sociedade capitalista é o capital, como explicam filósofos como Marx. Nesse sentido, para serem resolvidos problemas dentro do contexto capitalista, faz-se necessário investimento financeiro. No entanto, há uma lacuna de investimento na questão do sistema prisional brasileiro, que tem sido negligenciado(a), o que torna sua solução mais difícil de ser alcançada.
Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar a resolução do problema. Dessa forma, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União devem fiscalizar o destino dos investimentos brasileiros, a fim de remanejá-los a áreas que mais necessitam. Para que tal destinação seja coerente com a realidade brasileira, estes órgãos podem criar consultas públicas, nas quais a população interaja e aponte questões como o sistema prisional brasileiro, que precisam ser resolvidos com urgência. Dessa forma, o Brasil poderá superar o sistema prisional brasileiro e seus efeitos no século XXI.