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Por francis
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descomplica.com.br escreveu:

Em sua obra “A casa e a rua”, Roberto DaMatta revisita a ideia do homem cordial ao mostrar que, na teoria, o ambiente privado é o lugar do uso da emoção acima da razão, enquanto, no meio público, a moral, as leis coletivas regem o indivíduo. Parece, porém, que, nos dias de hoje, a prática tem sido diferente: na sociedade do “jeitinho” brasileiro, o que tem espaço são as pequenas corrupções, a malandragem, reduzindo os limites entre o espaço coletivo e o privativo e formando um sujeito que só age com o coração.

Antes de tudo, é importante analisar, ao longo da história, a construção do brasileiro que deixa de lado a razão em qualquer situação. Analisando a obra de Gilberto Freyre, por exemplo, desde os tempos de escravidão a relação dos senhores com as escravas que trabalhavam na casa-grande parecia justificar todo o processo de escravização. Todo e qualquer auxílio dentro do ambiente familiar aproximava as negras e, consequentemente, mantinha fortes os laços, apesar da condição segregacionista.

Nos dias de hoje, a cordialidade continua presente. Isso porque, em um contexto de frequentes casos de corrupção em partes importantes do governo, os pequenos “jeitinhos”, que parecem ter sido esquecidos, são parte da cultura brasileira e têm muita relação com a emoção. Tentativas de suborno e contratações ilegais de familiares em cargos públicos são exemplos comuns de ações em diversas áreas do país, o que confirma a existência de uma sociedade que, em detrimento da razão, coloca as relações pessoais em primeiro lugar e burla regras nas decisões diárias.

Torna-se evidente, portanto, a predominância do indivíduo cordial, que prioriza o coração e deixa de lado as regras morais do coletivo. Buscando resolver isso, é importante que o poder público, em um trabalho de fiscalização, identifique os casos de pequenas corrupções, classifique-os como crime e julgue cada um. No mesmo contexto, a mídia pode denunciar e debater essas ações em ficções engajadas e divulgar as medidas por parte do governo. A escola, formadora de opinião, pode trabalhar esse comportamento na raiz, mostrando a necessidade de, no ambiente coletivo – ou na rua de Roberto DaMatta -, a moral imperar nas atitudes do indivíduo, de forma que, em pouco tempo, a separação entre o público e o privado saia da teoria e, pelo menos no Brasil, se torne prática no meio social.

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