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Por francis
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descomplica.com.br escreveu:
Belas, respeitadas, do lar e do bar

No século XIX, o Romantismo transmitia, pela representação de personagens literárias, uma conduta de submissão feminina que compactuava com os valores morais da época. Nos dias atuais, a escritora nigeriana Chimamanda Adichie alega que o problema do gênero consiste em descrever como devemos ser, em vez de reconhecer quem somos, o que comprova um modelo arcaico enraizado na sociedade. Nesse sentido, a cultura de assédio no Brasil é fruto de reflexos históricos e, para garantir o respeito e liberdade à mulher, intervenções são necessárias.

Primeiramente, uma das causas dos assédios é a visão machista sobre a conduta feminina. Mesmo que o Feminismo tenha assegurado maior autonomia política e social à mulher, o patriarcalismo ainda a subjuga pela sua vestimenta, direito de ir e vir e empoderamento. Desse modo, os ideais conservadores se sobrepõem à realidade. Em 2016, a revista Veja entrevistou a esposa do vice-presidente Michel Temer, em uma reportagem intitulada “bela, recatada e do lar”. Tal chamada unifica o papel da mulher, pois o machismo justifica que aquelas que fujam a esse padrão ao usarem roupas curtas e saírem desacompanhadas estão propícias ao abuso.

Além disso, há hoje a banalização do assédio e as redes sociais se tornaram uma ferramenta para tentar combatê-lo. Nas ruas, festas, trabalho e até dentro da própria casa as cantadas, puxadas no cabelo e as tentativas de reprimir a vítima à violência sexual são ações que se naturalizaram, já que acontecem cotidianamente na vida de muitas mulheres. Para engajar jovens e adultas contra a sensação de impunidade, campanhas virtuais como “Meu Primeiro Assédio”, “Me avisa quando chegar” e “Vamos juntas?” percorreram o Facebook e o Twitter a fim de denunciar as opressões vividas, trocar experiências e atrair a atenção da mídia e das pessoas para conterem esse mal.

Portanto, a cultura de assédio se solidificou na sociedade brasileira. A fim de alterar o olhar machista, debates e aulas de conscientização às crianças nas escolas fomentarão o respeito aos direitos da mulher. Ademais, os meios de comunicação, com impacto apelativo, devem transmitir noticiários sobre a equidade de gêneros e problematizar a banalização do abuso, induzindo a reflexão e mudança na conduta dos indivíduos. O Governo, ainda, sendo mais punitivo nas leis contra essa situação garantirá o reconhecimento da liberdade feminina, como anseia Chimamanda.

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Por francis
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#2413
“Respeito é uma via de mão dupla”. Ou, pelo menos, deveria ser. Há em nossa sociedade uma tendência quase que concretizada – que parece ecoar no restante do mundo – de banalizar a violência, sobretudo quando diz respeito às mulheres. Não são raros os relatos de abusos e “cantadas” ofensivas que as brasileiras – e brasileiros, embora em menor escala – sofrem nas ruas do país. Essa violência psicológica, e às vezes física, causa, além do constrangimento, um sentimento de impotência e inferioridade. É preciso, então, que se problematize e busque soluções para essa inconveniente cultura de assédio.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar a forte carga cultural presente nesse comportamento. Isso ocorre, pois, desde os tempos de Brasil Colônia, há uma reprodução massiva dos valores de machismo e patriarcalismo, subjugando a mulher. Apesar das recentes conquistas, ainda podemos ver reflexos desse modo de agir e pensar em pleno século XXI. Prova disso é o assustador percentual de mulheres – 99,6% num universo de 8 mil – que dizem já terem passado por situações constrangedoras, segundo pesquisa da campanha “Chega de Fiu-Fiu”, promovida pelo blog Think Olga – e que se assemelha ao número encontrado em consulta feita nos EUA.

Além disso, convém observar que há uma tendência de culpabilizar a vítima pela ofensa. Isso se apoia na objetificação do corpo que é reforçada pela mídia. Na polêmica pesquisa do Ipea sobre o estupro, mesmo após a correção dos dados, uma parte expressiva da população considerava que a culpa do ocorrido era da mulher, devido à forma de se vestir e comportar. Observamos, então, uma inversão de valores na sociedade que acaba por deixar a vítima desamparada.

É importante destacar, ainda, que o assédio cotidiano não se limita às ruas. Ele está presente também no meio corporativo, através de insinuações recorrentes e não correspondidas e da coação psicológica. Essa situação pode gerar distúrbios graves, pois muitas mulheres têm medo e até vergonha de revidar ou denunciar os abusos. Isso prova que nem mesmo o ambiente de trabalho tem sido receptivo para o desenvolvimento pessoal e profissional delas.

Fica claro, portanto, que o problema dessa cultura tem contornos drásticos. Buscando desconstruir essa situação histórica, cabe à escola incentivar desde o início o tratamento igualitário e de respeito mútuo. A família, por sua vez, pode, além de reforçar tal respeito, mostrar a necessidade de se denunciar tais atos. É papel da mídia, como formadora de opinião, condenar a objetificação e de atuar em parceria com ONGs e movimentos sociais em prol da valorização da mulher. Apenas assim poderemos atingir o respeito como “via de mão dupla” que deve ser.

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