Valorização da industrialização. Concentração fundiária. Investimentos petrolíferos. Discriminação racial. Irregular estrutura tributária. Essas são as causas históricas para a má distribuição de renda no mundo e, na atualidade, ainda que as políticas públicas tentem reduzir tais desigualdades, são as classes baixas que mais sofrem com os impactos dessa marginalização.
Primeiramente, a miséria e a falta de oportunidades são problemas enfrentados por grande parte da população. Segundo dados do Banco Mundial, a América Latina tornou-se a região mais desigual do planeta. Desse modo, percebe-se que este reflexo é fruto do antigo conservadorismo político. No Brasil, por exemplo, a falha na inclusão do negro após o período abolicionista e o acúmulo de terras cultiváveis no poderio de pouquíssimos proprietários são fatores que explicam os erros na progressão social e a ausência de ações governamentais interventoras.
Em contrapartida, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou que, nos últimos anos, houve uma redução da centralização de renda. Todavia, ainda são necessárias práticas que impulsionem as classes baixas à ascensão econômica. Nesse sentido, os programas “Bolsa Família” e “Brasil sem Miséria”, criados pelo governo federal, apresentaram eficiência na promoção ao auxílio saúde e alimentação; mas, o poder público não fomentou medidas que incluíssem esses grupos no mercado de trabalho ou, tampouco, propiciou investimentos de infraestrutura em todas as regiões, vide o cenário de muitas favelas do país, que contrastam com a urbanização das cidades.
Nessa perspectiva, portanto, a fim de que as classes desfavorecidas alcancem a justiça democrática, mudanças nas ações políticas são importantes. Para tal, a oferta de serviços básicos e de qualidade, vide a valorização de escolas e hospitais públicos, contribuiriam ao bem-estar e ao desenvolvimento cultural dos indivíduos, retirando-os da segregação. Ademais, o aumento de empregos entre as minorias, a efetuação de obras nas regiões carentes e uma nova redistribuição de impostos descentralizariam a renda, uma vez que os mais pobres gastam até 40% de seu ganho com esses pagamentos e não veem alterações em sua ascensão social. Assim, gradativamente, a frase de Mahatma Gandhi fará sentido para as mudanças que almejamos no mundo: “O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente. ”