Em primeiro lugar, o individualismo dos cidadãos junto à falta de engajamento para ações preventivas sobrepõe-se ao bem-estar do coletivo. Se pequenas atitudes fossem tomadas, como tampar depósitos de água limpa, encher de areia os pratos dos vasos de planta e evitar a água parada, haveria uma diminuição significativa na reprodução do Aedes Aegypti. Esse individualismo é reflexo da sociedade capitalista em que vivemos, pois uma de suas ideologias incita a competição, o interesse próprio ao invés de pensar na construção de uma sociedade mais altruísta.
Além disso, há o falso pensamento, gerado pelo senso comum, de que o Estado é o único responsável pelo combate ao mosquito. De fato, o governo tem o papel de transformar diversas questões sociopolíticas, dentre elas, a saúde, mas não cabe ao Poder Público a função “exclusiva” de eliminar o inseto transmissor. Por conseguinte, muitos indivíduos transferem sua participação civil, culpabilizando os governantes pelos problemas vigentes e omitem o exercício de cidadania de colaborar com o âmbito em que vivem, sendo este um dos deveres prescritos pela Constituição de 1988. Embora sejam cruciais as políticas estatais – no intuito de evitar a disseminação do Aedes Aegypti – essas sempre terão um caráter subsidiário, complementar.
Fica claro, portanto, a necessidade de uma união entre Estado e sociedade para combater a reprodução do Aedes Aegypti. O governo, em parceria com a mídia, deve promover campanhas de conscientização ao público e investir na distribuição de vacinas aos postos de saúde de todo o Brasil, a fim de prevenir as doenças causadas pelo mosquito. Ademais, os cidadãos também precisam ser protagonistas ao evitar o acúmulo de água parada, denunciar aos fiscais sanitários ambientes infectados pelos insetos e fazer o uso da vacina; tal fato fará com que esses desempenhem a função de agentes de transformação social. Assim, teremos a construção de uma sociedade mais harmônica e colaborativa.