O carnaval é um dos maiores eventos anuais que incluem várias culturas e religiões em nosso país. No entanto, certas celebrações são subentendidas como apropriações culturais, principalmente as celebrações com figurino baseado nos nativos indígenas. Ainda ocorre que, parte dos índios são contra e parte são a favor, causando a necessidade de uma reavaliação a essa questão.

Primeiramente, a apropriação cultural pode gerar no povo desta determinada cultura, um grande desconforto emocional. O uso de elementos de cultura indígena no carnaval é entendido para alguns como uma desonra ao nativo por se tratar de uma fantasia e pela chance da pessoa fantasiada não saber ao certo que povo ela estaria homenageando. O que provoca a indignação das pessoas.

Em segundo lugar, o uso de outra cultura perfaz uma “troca de culturas” trazendo um contato diferente com os traços de outro povo. No carnaval de 2020, a atriz Alessandra Negrini, desfilou em um bloco de São Paulo vestida de índia em prol do Movimento-Indígena com reconhecimento da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) “Sua construção foi cuidadosa e permanentemente dialógica, compreendendo que a luta indígena é coletiva”. Nesse caso, houve consentimento dos indígenas, uma vez que esses estão de acordo com a determinação da atriz.

Portanto, deve ser levada em consideração a motivação daquela pessoa para uso do item indígena. Além de, ser necessária a permissão da tribo a ser homenageada para que não haja a chance de estar ofendendo esse povo. Diante disso, ter-se-ão, para um apoio ao Movimento-Indígena, entre outros socioculturais, milhares de “Alessandras* sem o medo de estarem se apoderando do elemento cultural alheio.