Barão de Itararé, um dos criadores do jornalismo alternativo durante o período da ditadura no país, estava certo ao dizer: “O Brasil é feito por nós, só falta desatar os nós”. Nesse sentido, o tabagismo se apresenta como um dos nós a serem desatados, visto que desencadeia sérias consequências na vida de todos, tanto para quem consome, quanto para as pessoas que estão ao seu redor. Sob esse viés, faz-se mister a análise dos fatores que favorecem esse quadro.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a falta de medidas governamentais para frear a popularização e o uso excessivo do cigarro ou de outros produtos que contenham tabaco. Logo, esse empecilho vem permeando a sociedade e culminando em uma série de consequências, já que os fumantes correm um risco maior de desenvolverem doenças que estão relacionadas diretamente com o tabagismo. Essa conjuntura segundo as ideias do Filósofo contratualista John Locke, configura-se como uma violação do “contrato social”, dado que o estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como saúde e bem-estar, o que infelizmente é evidente no país.

Outrossim, é fundamental apontar a falta de informações relevantes e que sejam diretas e claras para os adeptos ao tabagismo como impulsionador dos índices de consumo no Brasil. Conforme dados do Laboratórios Oswaldo Cruz, mais de 200mil fumantes morrem por ano em território nacional. Diante do exposto, é perceptível a alienação dos indivíduos sobre o assunto, uma vez que na maioria das vezes não sabem dos perigos que correm perante essas substâncias. Assim, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver essa problemática. Cabe ao Ministério da Saúde, por intermédio de campanhas, juntamente com médicos psiquiatras qualificados — promover palestras, consultas com tratamentos adequados e a distribuição de material informativo em locais públicos e privados — A fim de tratar fumantes ativos, além de conscientizar a outra parcela da população para que não tornem-se usuários. Dessarte, não será viabilizada a propagação do tabagismo,e, consequentemente, um dos nós dito pelo Barão de Itararé será desatado.