Realismo, escola literária que denunciava problemas sociais, tendo Machado de Assis como principal autor do realismo brasileiro com a obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", que aborda a desigualdade social e critica a classe dominante. Agora, no séc. XXI as páginas ainda refletem a desigualdade, que resplandece pela pandemia, causando impacto em um dos pilares para o desenvolvimento nacional, a educação.
A OMS recomenda o isolamento como uma das medidas de combate ao coronavirus, com reforço diário da emprensa e do Estado, incentivando as restrições. "O choro é livre", fala da jornalista Maju Coutinho no Jornal Hoje, em apoio ao lockdown. Tal fala despreza as mais de 285 mil vidas perdidas, até então, as famílias das vítimas, os trabalhadores informais e pequenos comerciantes que necessitam ir as ruas para obter seu sustento, pois ou o trabalhador vai a rua e morre contaminado, ou fica em casa e morre de fome. No feudalismo transparece a desigualdade social, que concentrava a riqueza na mão de poucos, deixando 80% da população na miséria, com a chegada da peste negra 1/3 da população europeia morreu, em maior parte os camponeses.
O artigo 205 da Constituição diz que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, visando o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. De acordo com o Censo Escolar quase 650 mil estudantes saíram da escola em 2020, e os que ficaram perderam o ano, resultando na perca de R$ 1,5 trilhão da renda dos brasileiros ao longo do meio século, estima o professor Ricardo Paes de Barro, um dos maiores especialistas em desigualdade. Sendo ela comprovada no EAD, que dificultou ainda mais o acesso ao ensino, pelo uso da internet, que muitos alunos não tem.
Portanto, é mister que providências sejam tomadas. Para reduzir os reflexos da desigualdade na pandemia na sociedade brasileira, urge que o Poder Executivo cumpra o a responsabilidade de geração de renda e bem estar do trabalhador, por meio da prorrogação do auxílio emergencial, em suma, fiscalizar os pagamentos, para irem de encontro aos necessitados, e o MEC criar um programa de rede, com acesso a internet, que atenda apenas os estudantes matriculados. Assim, quem sabe "o choro será livre", pela felicidade da população por ter conseguido superar mais uma provação.