O filme Taare Zameen Par (Como Estrelas na Terra) retrata a história de Ishaan Awasthi, um garoto de 9 anos, que tem sérias dificuldades na aprendizagem escolar, assim como em realizar tarefas cotidianas. Com efeito, percebe-se que, no Brasil, os disléxicos compõem um grupo altamente desfavorecido no processo de formação educacional, seja pelo precário serviço de educação pública do país, seja pela exclusão social vivida por essa parcela da população.
Em primeira análise, vale destacar que a Declaração Universal do Direitos Humanos - promulgada em 1948 pela ONU - assegura a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, a realidade vivida por grande parte dos disléxicos não corrobora esse direito. Além disso, de acordo com a fonoaudióloga Rejane Rubino, a dislexia é um distúrbio que chega a atingir 15% da população mundial, mas, ainda assim, continua sendo desconhecida por muitos pais e professores. Essas dificuldades podem ser melhoradas em até 80% desde que sejam diagnosticadas o mais antes possível e tratadas adequadamente.
Outrossim, é inegável que existem preconceitos e estereótipos em relação a essas pessoas que precisam ser quebrados. Sempre houve disléxicos nas escolas. Entretanto, a escola conservadora e tradicional certamente não foi feita para o disléxico. Objetivos, conteúdos, metodologias, organização, funcionamento e avaliação nada têm a ver com ele. A inclusão é um direito fundamental de todos, e deve se refletir na integração de todos também na educação.
Evidencia-se, portanto, que resolver os impasses da dislexia requer adequação na forma de ensinar e aprender. Por conseguinte, cabe às escolas de caráter público quanto privado promover novas garantias e inclusão de alunos com dislexia, tanto no âmbito acadêmico quanto social, por meio de atividades com interesse didático-pedagógico, a fim de permitir o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem e interação social mais inclusivos.