Em concordância com a obra “A Alegoria da Caverna”, do filósofo Platão, a sociedade segundo a analogia vive a partir da realidade das sombras, isto é, não abrem espaço para os aprendizados fora da caverna, o que gera dentre os indivíduos preconceitos e tabus perante a normalidades culturais. Da mesma forma, observa–se no território brasileiro desde seus primórdios, desafios para combater o preconceito linguístico existente entre toda a população, algo que está inteiramente conectado com a realidade do país, seja pelo difícil acesso à educação ou pela discriminação cultural.
Sob este viés, é de extrema importância ressaltar a Lei de Diretrizes e Bases Educacionais Nacional, promulgada em 1966, a qual garante a todos os cidadãos brasileiros o direito de acesso à educação gratuita e de qualidade. Todavia ao analisar o cenário atual da Federação, observa–se o descaso do Estado para com a efetivação do decreto em inúmeras regiões do país, situação que desdobra ainda mais espaço para que o preconceito linguístico se atenue, por conta da falta de educação básica para a sociedade. A partir do pressuposto entende-se que medidas precisam ser tomadas com base na pedagogia, isso porque segundo o educador Paulo Freire “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o Mundo”.
Além disso, vale evidenciar o papel da Constituição Federal brasileira, promulgada em 1988, a qual garante a todos os indivíduos a liberdade de expressão cultural. Entretanto, tal benefício não é presente na atual sociedade do Brasil, isso porque, fica claro a descriminação cultural ao se expressar ou escrever de forma diferente àquela imposta pela norma culta padrão da Língua Portuguesa. Sendo assim, observa–se que a população deve se fazer mais altruísta perante as diferentes culturas encontradas em seu território, pois como afirma a escritora sueca Selma Lagerlöf “A cultura é o que fica após se esquecer tudo o que foi aprendido”.
Portanto, fica claro, que a língua é um fator decisivo na exclusão social, sendo assim o preconceito linguístico é algo ao qual deve ser admitido e combatido. Logo, fica a cargo do Governo Federal, juntamente com o Ministério da Educação, a partir de toda a rede de ensino brasileira, abordar de maneira abrangente temas como o do preconceito linguístico, além de promover em aulas de Língua Portuguesa, atividades que incluam todas as variantes da língua no território, para que desta forma, tal assunto esteja mais presente na pauta de conversas e realidade do Brasil, pois como afirma Arthur Lewis “Educação nunca foi despesa, sempre foi investimento com retorno garantido”.