Ao longo de toda a história brasileira, diversos entraves foram encontrados na tentativa de desenvolvimento da nação. Dentre eles, destaca-se, devido à sua recorrência na conjuntura hodierna, os desafios na alimentação escolar, tais quais que prejudicam o desenvolvimento integral dos estudantes. Diversas são as causas que podem ser relacionadas ao problema, no entanto, a negligência estatal e municipal e a falta de políticas públicas podem ser destacadas.

É relevante abordar, primeiramente, que o descaso por parte do Estado e Município é umas das razões pela qual o problema persiste. Nesse sentido, Aristóteles diz, em seu livro “Ética a Nicomaco” que a política existe para garantir a felicidade dos cidadãos. Entretanto, é fácil perceber que, em relação a merenda escolar, essa disposição de Aristóteles não se consuma na realidade brasileira, uma vez que o Poder Público não cumpre seu papel legislativo de fornecer alimentos para as escolas públicas do país, onde, muitas vezes, as crianças somente têm aquela específica refeição para suprir suas necessidades. Como exemplo, pode-se observar a escola pública de Campinas, que devido aos descuidos do município, viram-se obrigados a dispensar os alunos antes, pelo fato de a dispensa das comidas estar vazia. Além do mais, diversas instituições escolares apontam que já receberam alimentos estragados ou vencidos.

Em segundo plano, a falta de políticas públicas em relação ao papel nutricional é fator coadjuvante ao revés. Sobre isso, Abraham Lincoln, célebre personalidade política americana, disse, em um de seus discursos, que “A política é serva do povo e não ao contrário”. Em relação a tal afirmação, nota-se uma inconformidade sobre uma alimentação escolar saudável e a atuação do Estado brasileiro, no sentido de que, ao contrário do que Lincoln explanou, a política atual não serve o povo com ações e planos que evitem o grande consumo de alimentos ultra processados, guloseimas e refrigerantes nos colégios, assim como informa os dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Sabe-se que é durante a infância que os hábitos alimentares são moldados, por isso, cabe às instituições acadêmicas fornecerem uma alimentação que ajude no desenvolvimento, aprendizagem e rendimento escolares, além de evitar problemas como a obesidade infantil.

Por fim, é imperioso a resolução dos impasses. O Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação e da Saúde, deve criar, por meio de um projeto social, políticas que realizem importantes mudanças no padrão de consumo alimentar nas escolas. Tal projeto deve ter representantes de todos os estado brasileiro e nutricionistas à disposição para garantir melhor realização. Espera-se, dessa forma, que os alunos possam desfrutar de uma alimentação adequada, em concordância com a afirmação de Lincoln.