A Constituição Federal de 1988, documento jurídico mais importante do país,
prevê em seu artigo 6., o direito a educação como inerente a todo cidadão
brasileiro. No entanto, o que se observa atualmente é o oposto do previsto no
documento, uma vez que existem inúmeros desafios no que diz respeito ao
ensino remoto no Brasil, os quais dificultam o pleno funcionamento da lei. Esse
cenário é fruto tanto da falta de acesso à internet, quanto da barreira que a
educação remota coloca na socialização entre alunos.
Sobretudo, é crucial pontuar que esses empecilhos derivam da baixa atuação
dos setores governamentais, no que diz respeito à criação de mecanismos que
coíbam tais recorrências. Segundo o geógrafo brasileiro Milton Santos, a
globalização atinge ao mundo, mas não a todos os lugares, isso está
plenamente de acordo com a realidade contemporânea. Devido à ausência de
atuação das autoridades, muitas pessoas estão sem alcance à internet e como
consequência elas não tem acesso à educação tornando o ensino desigual e
restrito somente a uma parcela elitizada da população. Tudo isso retarda a
resolução do imbróglio, já que a ausência da web em algumas regiões contribui
para a que a educação não chegue a todos.
Ademais, é imperativo ressaltar a falta de socialização no ensino à distância
como promotor do problema. De acordo com o filósofo Aristóteles ‘’O homem é
um ser social’’, entretanto a instrução remota dificulta isso. Partindo desse
pressuposto, essa falta de socialização contribui para que os estudantes não
troquem experiências, nem conexões e nem contato entre si e isso acaba
influenciando o aumento do número de desistências tanto nas escolas, quanto
nas universidades. Logo é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Portanto, medidas são necessárias serem tomadas para conter o avanço da
problemática no Brasil. Dessa forma, necessita-se que o Tribunal de Contas da
União direcione capital que, por intermédio do Ministério da Educação (MEC),
será revertido na disponibilização de internet para aqueles que ausentam ter,
através da implantação de postos de informática gratuitos em regiões
periféricas e afastadas da cidade. Ademais, cabe as escolas e universidades
fiscalizarem de forma mais rígida a educação à distância, pedindo para que os
alunos enviem relatórios sobre o desempenho da instituição, para assim
analisar se o ensino está sendo eficaz e diminuir o número de desistências.