O filme americano, Juno, retrata um caso de gravidez de uma menina de apenas 16 anos, a qual não sabia lidar com a responsabilidade de criar um filho em sua juventude na inconsequência de suas atitudes passadas. De maneira análoga, no Brasil, percebe-se a maternidade precoce como um entrave persistente entre a realidade de jovens brasileiras justamente por promover o risco à vida da mãe e um compromisso incabível no tratamento de seus descendentes na faixa etária juvenil. Sendo assim, a influência das mídias na legitimação de uma cultura sexual entre os adolescentes aliado à presença do impulso de descoberta inerente aos mais novos são as causas para o tema em questão.



Em primeiro lugar, o poder influente das mídias culturais com apologia ao sexo induz os jovens a seguirem suas premissas as quais podem implicar na gravidez indesejada. Nessa perspectiva, de acordo com o sóciologo alemão Theodor Adorno, os produtos da cultura como músicas , vídeos e textos são responsáveis por moldarem e relativizarem a ideologia humana. Sob este viés, com o crescimento da popularidade de estilos sonoros altamente ligados ao viés sexual como o funk entre os jovens, torna-se até mesmo comum encontrar adolescentes avançados no conhecimento dessa prática tão abordada em suas músicas. Entretanto, à partir do momento em que os indivíduos de menor faixa etária compreender e têm sua visão sobre o sexo relativizada como algo frequente, percebe-se que estes aderem a atitudes inconsequentes , principalmente, relacionadas à gravidez, fato esse essencial para a perpetuação e a ineficácia de medidas contra o problema.



Ademais, o ímpeto de curiosidade juvenil implica no interesse dos jovens em se arriscar na busca por novas práticas ainda desconhecidas. Nesse sentido, segundo o filósofo inglês John Locke, os menores de idade são como "fábulas rasas", ou seja, sem conhecimentos inatos e dispostos a expandir em suas experiências. Por isso, os adolescentes ao se depararem, inéditamente, com o tema sobre a educação sexual, criam um sentimento impulsivo de modo a compreender como essa prática ocorre de fato. Assim, são levados pela vontade da descoberta de um evento não vivido a realizarem o ato sexual para acabar com o viés curioso individual. No entanto, ao serem induzidos pela falta de conhecimento sobre o sexo, os jovens optam por atitudes irresponsáveis ao seu principal efeito: a gravidez precoce. Logo , há uma alta nas tendências da maternidade na adolescência, consolidando assim, outra razão fundamental para o tema.



Depreende-se, portanto, a necessidade de medidas para impedir a gravidez na adolescência. Para isso, cabe ao Ministério da Comunicação- principal órgão regulador da circulação de mídias digitais- a criação de um programa responsável por alterar o conteúdo sexual da internet por outros educativos na conscientização dia jovens e, por meio de programadores de páginas exclusivas sobre o tema, a fim de diminuir os índices de maternidade precoce. Somente assim, pessoas como Juno não mais serão afetadas por uma gravidez indesejada na priorização de práticas inerentes à vida juvenil.