Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, a qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a doação de sangue no Brasil apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto tanto da falta de conscientização sobre a temática, quanto da ausência de incentivos à doação. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Em primeira análise, as transfusões de sangue fazem a diferença entre a vida e a morte para centenas de pacientes todos os dias, porém a falta de conscientização sobre a temática se mostra um grande problema no Brasil. Contudo, uma boa parcela da população absorve informações equivocadas sobre a doação de sangue e, como consequência, o número de doadores caiu para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, segundo a campanha “Doe Sangue Regularmente” realizada pelo Ministério da Saúde, em 14 de junho. Dessa forma, tem-se uma necessidade de amenizar esta problemática em prol do bem- estar coletivo.
Além disso, salienta-se a falta de incentivos à doação como impulsionador do problema. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é a característica da “modernidade líquida” vivida no século XXI. Diante de tal contexto, a ausência de estímulo ao ato provoca um déficit dentro dos hemocentros, o que prejudica pessoas que precisam do sangue, como exemplo, vítimas de acidentes. Com base nisso, o incentivo a esta prática é crucial para a correção deste déficit.
Diante do exposto, medidas devem ser tomadas com o propósito de amenizar esta problemática. Logo, cabe ao Ministério da Saúde, órgão do Governo Federal, em conjunto com a mídia, chegar em um denominador comum do melhor para os cidadãos, por meio de campanhas informativas de fácil entendimento para propagar e orientar popularmente a possibilidade de ajuda; com o intuito de evitar que situações se agravem posteriormente. Como efeito social, os obstáculos para ampliar a doação de sangue no Brasil, serão resolvidos. Assim, a sociedade perfeita, como relata a obra “Utopia” de Thomas More, será concretizada.