O filósofo Raimundo Teixeira Mendes, em 1889, adaptou o lema positivista "Ordem e Progresso" não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que no contexto hodierno, enfrenta significativos empecilhos para o seu desenvolvimento social. Infelizmente, entre esses estorvos, o trabalho infantil representa uma antítese à máxima do símbolo pátrio, uma vez que tal postura resulta em desordem e retrocesso ao desenvolvimento social brasileiro. Tal panorama é calcado pela inoperância estatal, tendo como consequência uma sociedade com problemas psicológicos severos no Brasil.
De início, há de se constatar à débil ação do Poder público na manutenção da problemática em discussão. Acerca disso, o filósofo inglês Thomas Hobbes, em seu livro "Leviatã", defende a incumbência do estado em proporcionar meios que auxiliem o progresso da coletividade. As autoridades, contudo, vão de encontro à ideia de Hobbes, uma vez que possuem um papel inerte em relação a exploração infantil no Brasil. Esse cenário, decorre do fato de que, assim como pontuou o economista norte-americano Murray Rothbard, uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientarem por um viés individualista e visar a um retorno imediato de capital político, negligência a conservação de direitos sociais indispensáveis, como o direito ao bem-estar social, assim demonstrando uma falha no sistema e na entrega de uma vida diga e necessária as crianças e adolescentes. Logo, é notório que a omissão do estado perpetua o trabalho infantil no país.
Por conseguinte, engendra-se uma sociedade com problemas psicológicos severos no Brasil. Posto isso, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), do ano de 2004, há cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que trabalham no país. Diante do exposto, percebe-se que, há uma grande parcela de jovens que sofrem com a perca de seus direitos 'garantidos' pelo Estado, o que acarreta na formação de vários problemas no decorrer de suas vidas, levando a depressão, isolamento social, baixa autoestima, além de muitos outros problemas psicológicos, gerando uma população frágil e debilitada no quesito de agir em sociedade. Portanto, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Depreende-se, desse modo, que é mister a atuação governamental no combate ao trabalho infantil no Brasil. Assim, afim de mudar esse viés de exploração e garantir devidamente os direitos as crianças e adolescentes, cabe ao Poder Executivo Federal, mais especificamente ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, enfatizar as consequências desse tipo de manipulação com crianças, além de criar leis que firmem a gravidade desse ato. Tal ação deverá ocorrer por meio de palestras/campanhas em redes midiáticas e em redes de ensino, além de apoio jurídico para a proposta de novas leis, assim com o intuito de mitigar o trabalho infantil e assegurar direitos. Somente assim, com o contexto de tais, os brasileiros verão o progresso referido na Bandeira Nacional Brasileira como uma realidade.