A evasão escolar alinha-se ao personagem Peter Pan, um garoto com medo da vida adulta e das responsabilidades que a idade exige, ao existir justamente por haver crianças e adolescentes "amadurecendo" prematuramente, ao terem de assumir obrigações que não lhe deveriam ser atribuídas. Com isso, analisemos a relação de tal situação com a pobreza e a negligência estatal e parental.

Em primeiro lugar, ainda que haja o ensino público, famílias periféricas enfrentam simultaneamente a dificuldade de sobreviver com o minimo de renda disponível, ao passo que os mais novos terão de assumir responsabilidades "de adulto" para ajudar em casa. Ainda que exista o programa do Jovem Aprendiz, que requer de empresas a oferta de emprego para jovens acima dos 14 anos, exigindo a frequência escolar, não são todos que têm acesso.

Dessa forma, têm - se, também, a realidade da gravidez precoce de jovens perifericas. Tal situação é acarretada, principalmente, pela ignorância e conservadorismo parental, que acredita que o ensino sobre metodos contraceptivos é um estímulo à pratica, impedindo, juntamente, a educação sexual nas escolas. São as meninas as mais prejudicadas, deixando de estudar por medo dos julgamentos ou simplesmente falta de tempo.

Sendo assim, é evidente a necessidade da iniciativa por parte das prefeituras. Seria imposto aos profissionais que trabalham no âmbito das relações sociais a visitação de casas perifericas com o objetivo de confirmar a escolarização dos jovens ali residentes, com a aplicação de um plano de retorno à escola caso haja negligência, contribuindo para a diminuição da evasão escolar.