No livro "holocausto brasileiro", da autora Daniela Arbex, visa denunciar um estabelecimento psiquiátrico público por seus maus tratos em indivíduos com problemas mentais. Nesse contexto, apesar de haver evolução em pesquisas psicológicas, ainda há um grande estigma relacionado às doenças mentais na sociedade. Visando isso, a negligência governamental mesclada com a desinformação, abre alas para ignorância pública e banalização do tema.
Em primeiro plano, vale ressaltar a falta de investimentos em departamentos de saúde mental, contribuindo com a precariedade dessa área, além da exclusão social de pacientes dependentes desses setores públicos de saúde. Exemplo recai no levantamento da Associação Britânica de Saúde Mental, onde 9 em cada 10 pessoas com transtornos de saúde mental sentem que o estigma interfere negativamente suas vidas, desde piora dos sintomas até dificuldade na recuperação. A evidência disso está na obra cinematográfica brasileira "bicho de sete cabeças", que retrata as desumanas condições a que o protagonista é submetido devido à má administração do órgão.
Ademais, é relevante salientar a lacuna de informações, consequência da escassez de projetos voltados ao diagnóstico e assistência psiquiátrica, aumentando ainda mais o preconceito e silenciamento em relação ao tema. Tal fato ocorre, pois, segundo a tese marxista, o estado prioriza os interesses da classe dominante enquanto há certa negligência as necessitas da minoria. Prova disso recai no livro "A redoma de vidro", onde a principal possui problemas psicológicos e além de sofrer desdém social é despedida por não ser considerada útil em uma sociedade produtiva.
Portanto, uma interversão faz-se necessário. Para isso é preciso que o governo, com o ministério da economia crie campanhas que arrecadem cargas verbas, não somente para uma expansão de palestras a fim de minimizar estereotípicos e dúvidas quanto à saúde mental, mas também que, com o Ministério da Saúde, haja um investimento na melhora da qualidade dos tratamentos a essas doenças em centros públicos. A partir dessas ações, poderá se consolidar uma sociedade com mais auxílio e acolhimento mental e contendo menos estigma quanto a saúde psicológica.