No livro " Por lugares incríveis", dois personagens iniciam a trama no topo do prédio escolar em que estudam, a fim de cessar os problemas pessoais que ambos enfrentam se suicidando, porém, no final, desistem, e um pede que esse fato permaneça em segredo, por medo de que surjam boatos de que são doentes mentais e possam sofrer com isso. Fora da ficção, esse medo demonstra a problemática do estigma associado às patologias mentais no cenário brasileiro, visto que as pessoas acometidas com essas enfermidades sofrem preconceito, devido à falta de informação sobre o tema, como também devido ao descuido do Governo para com esses indivíduos, o que leva à marginalização desse grupo.

    De início, é importante pontuar que transtornos mentais, como depressão e ansiedade, estão presentes na conjuntura de muitos cidadãos brasileiros. Para exemplificar, dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde mostram que o Brasil é o país latino com maior número de pessoas depressivas. No entanto, a falta de informação leva à ignorância e ao preconceito, fatores que agravam a estigmatização desses transtornos, como também impedem muitos de não buscarem ajuda por medo de não haver compreensão e amparo para com quem sofre dessas adversidades.

    Ademais, foi divulgado que o Governo Federal pretende anular um grande número de portais que prestam serviços gratuitos de saúde mental abertos à comunidade. Em decorrência disso, atinge diretamente a população carente que usufrui desse meio, já que o tratamento particular é inviável para esse grupo. Tendo isso em vista, é possível concluir que tal iniciativa pode agravar os casos dessas enfermidades, o que também deixa exposto o descuido do Governo para com a sociedade brasileira.

    Portanto, é substancial que medidas sejam feitas para mitigar a manuntenção desse quadro. Para isso, é necessário que o Governo Federal, por meio de veículos midiáticos, coloque em pauta a importância de debater sobre doenças psíquicas como depressão, transtorno bipolar, ansiedade e outros, a fim de desmistificar ideias incoerentes e preconceitos sobre os portadores dessas patologias. Além disso, o mesmo orgão deve desconsidar a revogação dos portais que oferecem serviços de apoio psicológico para a população baixa, algo crucial para manter estável a saúde mental desse grupo. Com isso, talvez o medo dos personagens supracitados exista somente na ficção.