Na obra "Utopia", do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade que vive em harmonia na qual o corpo social é livre de problemas e conflitos. No entanto, observa-se que a realidade contemporânea é totalmente o oposto do que prega More, visto que o aumento dos golpes financeiros na internet brasileira é um problema a se enfrentar. Dentre inúmeros fatores que corroboram para essa conjuntura, destacam-se tanto a negligência estatal, quanto o silenciamento midiático.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar a baixa atuação governamental em combater problemas da sociedade. Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em "Modernidade Líquida", as instituições inclusive o Estado estão perdendo suas funções sociais, tornando-se "Instituições Zumbis". Partindo do pressuposto de Bauman, no cenário nacional atual, é notório o negligenciamento dos poderes públicos na resolução dos problemas sociais, visto que golpes financeiros na internet são fontes da baixa educação recebida nas escolas, em que há uma lacuna no quadro de disciplinas, demandando de uma que aborde os riscos que a internet possa oferecer. Diante disso,faz-se necessário uma tomada de atitude estatal em prol de solucionar este problema que prejudica os cidadãos.
Ademais, atrelado a inoperância governamental, está silenciamento das redes sociais em razão deste assunto. Sob esse viés, fundamenta-se a lógica de Chomsky, linguista e ativista, que ressalta a influência da mídia na construção da realidade social. No entanto, a falta de cobertura e a abordagem adequada sobre o golpe financeiro na internet mantém a população alheia a esta questão crucial, uma vez que temas importantes como esses são deixados de lado ‐ dando ênfase a outros não tão relevantes ‐ em que acaba ficando em segundo plano. Logo, isso retarda a resolução do empecilho, já que a não abordagem dessa temática na mídia contribui para esse quadro atroz no Brasil.
Portanto, ações resolutivas precisam ser tomadas em razão do aumento dos golpes financeiros na internet brasileira. Para isso, cabe ao governo, responsável pelo bem-estar social, promover a inclusão de disciplinas que incentivem o pensamento analítico e crítico no currículo escolar - como "Educação Financeira" e "Riscos na Internet" -, por meio de reformas educacionais e parcerias com instituições de ensino e páginas nas redes sociais, visando capacitar as novas gerações a enfrentar desafios que tomam as mídias sociais e evitar golpes que cada vez mais estão aumentando como os financeiros. Feito isso, será possível alcançar uma sociedade harmoniosa, como More preconiza em seu livro.