A campanha “Novembro Azul”, criada em 2003, tem como objetivo a conscientização, especialmente dos homens, a respeito de doenças masculinas, com ênfase no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Essa ação, trouxe um alerta aos homens sobre o descaso com a própria saúde. Nesse sentido, é importante pontuar os motivos da negligência com a saúde masculina e as consequências disso para os homens.
Em primeiro plano, cabe destacar as inúmeras causas que refletem no descaso da saúde masculina. A sociedade tem raízes culturais machistas, carregam a ideia de que o homem precisa ser indestrutível e resistir a todo tipo de adversidade, estabelecendo que a possibilidade de uma doença seja fraqueza, incompatível com a masculinidade. Além disso, os homens são educados a renegar socialmente tudo que é feminino, acreditam que a saúde é destinada a mulheres e crianças, uma vez que a maioria das campanhas sanitárias são voltadas a esse público.
Do mesmo modo, o descaso com a própria saúde ocasiona inúmeras consequências para o homem. Assim, a falta de procura médica por conta do preconceito vivido, desencadeia na descoberta tardia de doenças que poderiam ser tratadas, resultando em pior prognóstico e baixa expectativa de vida, podendo levar até a morte. Ademais, tal negligência pode ter característica hereditária, transferindo os comportamentos irresponsáveis em relação à saúde de pai para filho.
Diante do cenário exposto, configura-se um desafio para o Brasil contemporâneo assegurar em sua plenitude, o fim da banalização da saúde masculina. Cabe ao Ministério da Saúde investir em campanhas de incentivo a prevenção de doenças, como propagandas e novelas, de abrangência nacional, direcionadas ao público masculino, como exemplo, desmistificar o exame de próstata, responsável pela prevenção do câncer. Com o intuito de trazer representatividade masculina, e criar um alerta para ficarem atentos aos sintomas de doenças e buscarem ajuda médica. Somente assim, será possível superar esse problema de saúde pública.