O filme “Paranorman” exibe que pessoas inocentes foram condenadas à morte e tratadas como bruxas, pois realizavam coisas vistas como sobrenaturais. Fora da ficção, a realidade não é diferente, visto que as vacinas vêm sendo condenadas devido ao medo da população. Isso ocorre tanto pela disseminação de notícias falsas, quanto pela falta de informações sobre os efeitos positivos de utilizá-las.
Sob esse viés, as “fake news” têm atuado como fator indesejável e perpetuador do movimento antivacinas. Torna-se evidente, portanto, a ineficácia de leis que atuam sob os mecanismos de busca e redes sociais na “web”. Segundo a Primeira Lei de Newton, ou Lei da Inércia, um corpo em repouso tende a continuar em repouso, se uma força não for aplicada sobre ele. Nesse sentido, é necessário que o Governo Federal realize ações para que as “fake news” deixem de ser “um corpo em repouso”, ou seja, um óbice para a saúde da sociedade brasileira.
Secundariamente, ressalta-se que a escassez de “marketing” positivo sobre o uso de vacinas colabora para a visão negativa em relação a elas. Diante disso, observa-se o quanto é necessária e útil a disponibilização de informações sobre a eficácia deste bem de consumo medicinal. Consoante a Constituição Federal, de 1988, todo cidadão tem direito à saúde. Sob esse aspecto, é de responsabilidade governamental garantir o acesso à vacinação, mas para isso, é incontestável que todos saibam dos benefícios ao realizá-la.
Infere-se, portanto, que medidas devem ser praticadas para reduzir os impactos das notícias falsas e da falta de dados verdadeiros sobre a vacinação. O Governo Federal deve garantir informações úteis e fiscalização de dados não confiáveis na “internet”, por meio de uma lei que obrigue os mecanismos virtuais de busca e as redes sociais a adequarem-se a legislação brasileira, a fim de que estes mecanismos e redes não permitam que seus usuários divulguem notícias não vinculadas à realidade. Somente assim, em analogia ao ocorrido na ficção referida, o que é desconhecida ou sobrenatural para parte da população, a vacinação, deixará de ser vista como ameaçadora.