“Estamos condenados à civilização, ou progredimos, ou desaparecemos”. Euclides da Cunha, em “Os sertões”. Nesse sentido, a fala do autor é verificada na garantia de acesso à cidadania no Brasil. Visto que, as pessoas que não possuem registro civil, não são vistas como cidadãos pelo estado. Diante disso, percebe-se a consolidação de um grave problema, em virtude do silenciamento e da mentalidade social.
Dessa forma, em primeira análise, o silenciamento é um hiato presente no problema. Para Djamila Ribeiro “O silêncio é cúmplice da violência”. Nesse sentido, a fala de Ribeiro é verificada na invisibilidade e registro civil, isto é, segundo IBGE cerca de 3 milhões de pessoas não possuem acesso ao registro civil no Brasil, contudo, o Governo vem negligenciando essa causa ao longo dos anos, tornando assim, cada vez mais pessoas sem acesso à cidadania em nossa sociedade. Assim, é preciso que o Governo saia da inércia que se encontra.
De outra parte, a mentalidade social é um entrave no que tange ao acesso à cidadania no Brasil. O filósofo Irlandês, George Bernard defende que, “O progresso é impossível sem mudanças e aqueles que não conseguem mudar suas mentes, não conseguem mudar nada”. Sob esse viés, tal percepção aponta para a lacuna instaurada quando se diz respeito ao registro civil na sociedade brasileira. Por conseguinte, pessoas sem registro são consideradas indigentes e invisíveis pelo estado e sociedade, isso faz com que essas pessoas não prossigam atrás de seus devidos direitos como cidadãos. Por isso, é preciso suscitar ação individual para construção social desejada.
Portanto, urge que o problema seja resolvido. Para isso é preciso que o governo juntamente com o apoio de cartórios, façam um projeto de registro civil para todos, esta ação ocorrerá em escolas e cartórios espalhados por todos os estados brasileiros, a fim de que todas as pessoas consigam acessar. Tal ação, pode ainda, ser divulgada por grandes canais televisivos, tais como: Globo, SBT e Record. Paralelamente, é preciso intervir sobre o silenciamento instaurado na questão. Assim, se torna possível lidar da melhor maneira mediante a esse problema, para que essa crise não continue sendo silenciada como defende Djamila Ribeiro.