“O futuro depende do que se fizer hoje”. O pensamento em questão pertence ao famoso filósofo pacifista, Mahatma Ghandi, e traz em si uma importante análise do contemporâneo principalmente no que tange à vulnerabilidade social, sobretudo a insegurança alimentar no Brasil. Assim cabe, não somente às instituições governamentais, mas também a todo corpo social envolvido buscar meios para alterar esse quadro.
À priori, vale salientar que a insegurança alimentar no país deu um salto durante a pandemia. De acordo com o portal ‘Poder 360’, 36% dos brasileiros entrevistados em uma pesquisa sobre o assunto relataram ter comido menos ou passado fome nesse período. Tal informação serve somente como base para um problema que pode ter proporções muito maiores.
Ademais, um dos grupos mais prejudicados pela fome é, indubitavelmente, as crianças, sobretudo as que estão em fase de crescimento e precisam de alimentação adequada para se desenvolverem com saúde. No longa-metragem ‘Rio’, vemos que José, um garoto órfão na faixa dos 12, anos, acaba sendo seduzido por promessas de criminosos, vindo a entrar em um esquema ilegal de tráfico de animais silvestres, tudo para conseguir comprar comida. Esse é um exemplo bem claro de com os afetados pelo problema podem acabar recorrendo a meios problemáticos para acabar com a fome.
Em virtude dos fatos acima mencionados, faz-se necessária uma maior dedicação do Estatuto da Criança e do Adolescente no acompanhamento das situações de vulnerabilidade dessas crianças. O órgão deve pensar e promover ações para erradicar a insegurança alimentar desse grupo, tais como a criação de restaurantes populares e a distribuição de cestas básicas. Esse compromisso ético pode apresentar grande eficiência na alteração do quadro da fome no Brasil.