A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é bem mais abrangente do que a ausência de doenças: é um completo estado de bem-estar físico, mental e social. Todavia, observa-se que a pandemia da Covid-19 revela o impacto do isolamento social na saúde mental dos idosos, pois, não só a solidão provocada pelo distanciamento, mas também a excessiva exposição a notícias assustadoras sobre o assunto provocaram o aumento da ansiedade e depressão nesse grupo. Logo, é preciso averiguar as possibilidades de melhoria da qualidade de vida dessa população.

Inicialmente, ressalta-se a importância das relações sociais na vida humana. Sob tal ótica, no filme "O Náufrago", uma bola de voleibol, transformada em uma caricatura de rosto humano, torna-se objeto de consolo para o protagonista preso em uma ilha. Nesse sentido, vê-se a necessidade de formas interativas de comunicação, para que os idosos não sintam-se impotentes e sozinhos.

Outrossim, percebe-se que a avassaladora onda de notícias ruins no contexto pandêmico é um fator contribuinte para o agravamento da ansiedade. Segundo a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Rebecca Thompson, somente assistir a eventos desastrosos pode gerar problemas de saúde física ao longo do tempo. Nesse ínterim, é inegável que a terceira idade sofre diretamente com a propagação de noticiários negativos, visto que, muitos, priorizam a forma como a doença afeta esse grupo, que, por sua vez, sente-se intimidado.

Fica evidente, portanto, a importância do debate acerca da saúde mental dos idosos em tempos de pandemia. Logo, é necessário que o Ministério da Saúde crie um aplicativo virtual interativo, por meio de jogos voltados para a terceira idade e informações devidamente "filtradas" sobre a Covid-19, isto é, contendo dados reais sobre a doença e formas de previni-la, a fim de assegurar o bem-estar psíquico dessas pessoas e aliviar a tensão fomentada pelo insulamento. Com isso, a população idosa ficará mais próxima de vivenciar o conceito de saúde.