A idade média foi um período que carecia saúde básica e saneamento, e por isso, foi cenário de uma das maiores epidemias da história da humanidade: a peste negra. Ademais, atualmente, a sociedade passa por uma situação parecida: a pandemia do novo covid-19, que piora a vulnerabilidade de determinados grupos sociais, sendo um deles, a população carcerária brasileira, que sofre com falhas e subnotificações da doença.
Não é novidade para os cidadãos brasileiros a precariedade do sistema penitenciário. De acordo com pesquisas realizadas pelo governo federal, o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, ou seja, existe uma superlotação, que na atual pandemia, é ainda mais imoral, pela falta de higiene básica, materiais de limpeza e EPI´s, sem levar em conta o desrespeito ao distanciamento social.
Além disso, por consequência da marginalização dos presos existe uma certa negligência por parte do setor administrativo, e também, a comunidade não sabe o que se passa dentro dos presídios, pois é uma realidade diferente. Por isso, o número de subnotificações (casos não notificados de covid-19 é tão alto que acaba gerando uma falsa sensação de segurança, ou como afirma o conceito de Hanna Arendth, uma banalização do mal.
Dessa forma, é essencial que o ministério da justiça se comprometa a disponibilizar verbas para que os presidiários tenham acesso à higiene e saneamento á, e que juntamente com o governo federal, financie a construção de novos presídios para evitar a superlotação, afinal, todos os seres humanos nascem livres de igualdade e direitos, como afirma a declaração universal dos direitos. Cabe ao ministério da saúde contratar novos funcionários, através de concursos públicos , que fiscalizem de perto os casos da doença e realizem testes para evitar as subnotificações.