A Constituição federal de 1988, documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6.°, direito a educação como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa a evasão escolar, dificultando, deste modo, a universalização desse direito tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro: a omissão estatal e a falta de motivação familiar.

Dessa forma, em primeiro análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater essa questão. Nesse sentido, a carência de recursos educacionais para crianças e jovens que abandonam o ensino regular é abundante, uma vez que a pandemia trouxe meras dificuldades para esta faixa etária, as deixando sem portas para oportunidades. Essa conjuntura, segundo as ideias do filósofo contratualista John Locke, configura-se como uma violação do "contrato social", já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como o ensino, o que infelizmente é evidente no país.

Ademais, é fundamental apontar a desmotivação familiar como impulsionador da evasão escolar no Brasil. Segundo Platão, "o que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê". Diante de tal exposto, uma criança sem base de incentivo é um dos maiores entraves para tornar um futuro social bem desenvolvido. Outrossim, a falta de comunicação entre pais e filhos prejudicam na evolução do caráter, da civilização e do destrave no ensino. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, a mídia de massa deve criar um programa, por meio de entrevistas com especialistas no assunto, a fim de atualizar o poder público sobre o abandono escolar de crianças e jovens. Tal ação pode, ainda, ser divulgada por grandes perfis do Instagram para atingir mais pessoas. Paralelamente, é preciso intervir sobre a lacuna de incentivo presente no problema. Assim, se consolidará uma sociedade mais avançada, onde o Estado desempenha corretamente seu "contrato social", tal como afirma John Locke.