O que diria John Locke, célebre filósofo inglês conhecido como "pai do liberalismo", sobre o etarismo ? Certamente ficaria decepcionado, uma vez que seu legado se baseou em preservar os direitos dos cidadãos. Nessa conjuntura, vale destacar os desafios diante do preconceito aos idosos presentes pela ausência de áreas trabalhistas acessíveis e pelo abandono familiar. São urgentes então, medidas que garantam a integralidade aos sêniores.
Nessa perspectiva, as zonas trabalhistas inacessíveis aos de terceira idade é notória, tendo em vista a indiferença aos pensamentos arcaicos dessa população minimizam as oportunidades profissionais. Nesse viés, a obra "Um senhor estagiário" - drama em que retrata um viúvo de 70 anos em busca de um novo emprego - enfatiza a realidade contemporânea ao expor o preconceito ao ancião em cargos operatórios. Diante disso, a escassez de espaços habilitados a população idosa se mostra prática.
Ademais, o pastor batista e ativista Martin Luther King alegava, "o que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons". Sob essa óptica, o descaso familiar é presente, visto que a violência aos anciões e a lotação em asilos é evidente e preocupante, desfazendo de culturas e conhecimentos daqueles que já vivenciaram a integralidade em sua plenitude e construindo seres amargurados e ineficazes. Sendo assim, o abandono familiar se mostra alarmante.
Portanto, o pensamento do autor e estadista Johann Goethe, "a maior necessidade de um Estado é de governantes corajosos", deve se reverberar. Então, cabe ao Governo Federal- fomentador de políticas públicas- em conjunto com o Estatuto do Idoso, criar programas e projetos, por meio de recursos financeiros, a fim de que o ancião combata o menosprezo e seus direitos sejam respeitados. Somente assim, elimina-se a negligência governamental e a exclusão social e John Locke se orgulharia de seu legado.