O escritor inglês Huxley diz que, "Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados.", tal frase remete ao grande descaso com a população idosa, que não deixará de existir sem mudança. O etarismo - preconceito contra o mais velho - é mais um problema enraizado na sociedade, onde o envelhecimento da sociedade é visto como sinal de incapacidade física e mental, gerando invisibilidade da geração idosa. Tal preconceito é visto no mercado de trabalho, pela substituição de funcionários "antigos" por pessoas mais jovens e também no acesso precário a saúde e atendimento médico, que ocasiona em obstáculos na qualidade de vida dos mais velhos.
A questão etária no mercado de trabalho é um dos principais obstáculos para o empregado idoso, já que empresas sempre buscam inovar "substituindo o velho", contratando jovens experientes e atualizados no constante avanço tecnológico. A suposição é que o uso da tecnologia, as seguidas horas de trabalho e o adequação a novas modas, gírias e aplicativos são os empecilho para a contratação de pessoas acima de 60 anos, que podem mostrar dificuldade para sair da zona de conforto e aceitar inovações. Um filme que se opõe isso é "o estagiário", que mostra uma relação harmoniosa entre uma chefe da nova geração e um funcionário de costumes antigos, o personagem mostra progresso significativo no uso da internet e entendimento das novidades do mundo. Nesse sentido, para que esse cenário se torne real na sociedade brasileira, é necessário a integração no mercado pela ação do Ministério do trabalho, com projetos de atualização dos idosos no mercado de trabalho.
Nesse contexto, se faz necessário ressaltar que essa parte da população também deve ter garantido o acesso a saúde e atendimento médico, pois são os mais propícios a contrair doenças infecciosas e crônicas, podendo citar o período pandêmico de 2020 como exemplo, no qual os idosos foram os mais afetados pelos sintomas da Covid-19. A constituição de 1988 garante o acesso a qualidade de vida e lazer a todos, o que só reforça a importância de um atendimento à idosos e o acesso a medicamentos, pois muitos idosos que enfrentam o desemprego, ou falta de capacidade física para exercer uma profissão, precisam de remédios que constam preços absurdos. Entretanto, a qualidade de vida de um idoso engloba mais do que a sua saúde, é importante ressaltar que o lazer é um contribuidor, a criação de espaços de conforto para idosos pode vir a ser considerada nesse contexto que deve ser analisado por partes governamentais, como o Ministério da saúde.
Portanto, é necessário a ação do Ministério do trabalho, criará projetos de integração e especialização para idosos de acesso gratuito em espaços públicos, fornecendo cursos de informática e atualização de currículos, dando o diferencial aos mais velhos e experientes. Além disso, a criação pelo Ministério da saúde de um sistema especializado no atendimento ao idoso em hospitais e postos de saúde, com um programa de descontos em medicamentos. Somente tais ações e mais podem tirar o manto da invisibilidade e o preconceito que pairam sobre a população idosa, cessando o etarismo na sociedade.