A frase "quem não se comunica, não trumbica" do memorável humorista Chacrinha, enfatiza que a ausência dos meios de comunicação prejudicam a sociabilidade do ser humano. No entanto, numa realidade em constante avanço tecnológico, onde a Internet é o principal meio de comunicação global, ainda é presente uma desigualdade em relação ao seu acesso. Desse modo, vale ressaltar que a notória desarmonia está interligada principalmente à desigualdade social oriunda do sistema capitalista, além dos valores abusivos cobrados para a possibilidade da inclusão digital no Brasil.

Primordialmente, é importante salientar que desde a criação da Internet como meio de comunicação no contexto da Guerra Fria, onde apenas as forças militares de alto patente e uma parcela da elite americana detinham seu acesso, a Internet é destinada apenas à população que conseguir arcar com seus custos. Entretanto, mesmo com seu desenvolvimento e sua expansão, a incógnita da inclusão digital ainda é presente, observando que, de acordo com estudos do Instituto Locomotivas, cerca de 20% da população brasileira ainda não possui total poder de conexão à Internet por problemas econômicos. Entretanto, este fato têm como consequência a desinformação por esta parte da população, além de certa exclusão da sociedade.

Ademais, os valores abusivos cobrados para ter acesso a este meio tecnológico também é uma problemática alarmante. De acordo com o Comitê Gestor de Internet no Brasil, desde o ano de 2016, o valor a ser pago para poder entrar livremente nas conexões vem crescendo constantemente, sendo reflexo da alta inflação gerada pela crise econômica no país. Além disso, provedoras de locais como o estado do Amazonas, que possui apenas dois quartos de sua área coberta com a rede de Internet impedindo a conexão de milhares de pessoas, encarecem os custos do acesso, impedindo a população mais carente de se conectar ao mundo virtual.

Portanto, cabe ao Poder Legislativo, por meio de uma ação governamental, criar um projeto de Lei, a fim de garantir que toda a população detenha do acesso à Internet. Além disso, cabe ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação crie campanhas publicitárias, por meio de veículos de comunicação como rádios e televisões, de modo a salientar a importância das tecnologias da Informação. Em suma, auxiliaria na diminuição da desinformação e obrigaria provedoras a diminuírem os valores, para, então, democratizar o acesso à Internet no Brasil.