A Constituição Federal de 1988, nos artigos 6 e 215 reconhece a todos os brasileiros o direito à cultura e ao lazer. Entretanto, no contexto brasileiro a realidade é outra, visto que, muitos brasileiros ainda não têm acesso às obras cinematográficas. Devido à desigualdade de acesso a esses programas e ao custo dos ingressos.

Em primeiro lugar, é importante destacar que a desigualdade social afeta a população de diversas maneiras, não somente em relação ao acesso à cultura e ao lazer. Segundo o filósofo Pierre Lévy, toda tecnologia cria seus excluídos, de fato, a população de baixa renda é mantida excluída no que diz respeito à tecnologia do cinema, devido a segregação socioespacial.

Além disso, os custos dos ingressos estão fora da realidade para as famílias em condições de vulnerabilidade social e financeira. De acordo com Sérgio Buarque de Holanda, o autor do livro “Raízes do Brasil” a segregação social é evidenciada com uma característica da sociedade brasileira, e se faz presente até os dias atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer proporcionados pelo cinema.

Portanto, é preciso que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para todos os brasileiros terem pleno acesso ao cinema, urge-se que o Ministério da Cultura desenvolva projetos para garantir a gratuidade do acesso ao cinema, por meio de parcerias com empresas que possam investir nesta causa.