Na obra "UTOPIA", o escritor inglês Thomas More descreve uma sociedade perfeita na qual o corpo social é caracterizado pela ausência de defeitos. Fora da ficção, observa-se justamente o contrário, pois uma vez que o trabalho de cuidado realizado pela mulher tem sido desvalorizado. Nesse sentido, é preciso que estratégias sejam tomadas para alterar essa situação, que tem como causas a negligência governamental e o silenciamento.

Com efeito, é imperativo ressaltar a omissão estatal como forte causador da problemática. Nesse sentido, o filósofo Maquiavel defende que mesmo leis bem ordenadas são impotentes diante dos costumes. Dessa maneira, o autor aponta para uma falha comum na sociedade. Acreditar que o estado em si, pode resolver grandes problemas como a falta de fiscalização às mulheres que trabalham com cuidados, seja, com crianças, idosos ou pessoas com deficiência. Logo, se essa não vier atrelar a políticas públicas eficazes que hajam na raiz do problema sua solução será impedida.

Outrossim, é importante ressaltar o silenciamento como outro causador do problema. Tal situação ocorre, porque, como já mencionado nos estudos da antropóloga Lilia Schwarcz, "há de praticar uma política de eufemismo no Brasil", ou seja, determinadas questões tendem a ser suavizadas e não recebem a visibilidade necessária. Sobre tal ótica, percebe-se que sem um debate de como as mulheres são na maioria das vezes direcionadas ao trabalho exclusivo de cuidado, seja ele, remunerado ou não. Continuará sendo desvalorizado aos olhos da sociedade e do estado.

Portanto, cabe o governo aumentar a parcela do PIB no enfrentamento a invisibilidade de cuidado realizado pela mulher. Isso por meio do ministério do trabalho, órgão responsável por elaborar planos e políticas públicas que garantam os direitos cabíveis. Tal situação ocorre para remediar a negligência governamental e o silenciamento no Brasil.