Na obra ficcional “Com Amor, Simon”, o personagem Ethan sofre bullying por ser abertamente gay, uma experiência também vivenciada pelo protagonista Simon, que é vítima de zombarias após a sua orientação sexual ser revelada em um blog para os alunos na escola em que frequenta. Nesse sentido, infelizmente, na atual conjuntura brasileira, tal obra fictícia não se distancia da realidade, no qual há um desafio em promover a inclusão de pessoas LGBTs- lesbicas, gay, bissexual e transexual- principalmente no âmbito social, no qual não corram riscos de sofrerem preconceitos com sua sexualidade causando uma exclusão social. Com isso, emerge um problema sério, em virtude da mentalidade retrógrada e da omissão estatal.

Diante desse cenário, o preconceito contra a comunidade LGBT evidencia uma postura retrógrada da sociedade brasileira. De acordo com Gilberto Freyre - expoente escritor brasileiro- em sua obra “Casa Grande e Senzala” expõe um padrão de pensamento, no qual acreditava que a heterossexualidade era uma referência a ser seguida. Esse preceito analisado por Freyre prejudicou o desenvolvimento de uma sociedade mais empática, a partir de sua concepção, a qual impõe que mulheres e homens devem se vestir como tais. Assim, enquanto não mudar essa linha de pensamento enraizado no contexto brasileiro, a igualdade e inclusão será a exceção.

Ademais, a inércia estatal, indiretamente, fortalece essa mentalidade homofóbica. Em 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito de segurança. Entretanto, os abusos psicológicos, discriminação social e exclusão impedem que o grupo de pessoas trans - travestis, trangeneros e transexuais- usufruam desse direito constitucional. Nesse contexto, consequentemente, pode ocasionar danos da saúde mental - como depressão- e resultar em suicídio.

É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para combater a discriminação do grupo social de pessoas que não se identificam sexualmente em seus gêneros biológicos. O Ministério da Educação, em parceria com as Escolas, deve desconstruir esse antigo pensamento, por meio de projetos pedagógicos - como oficinas, palestras e aulas- capazes de diminuir o preconceito e conscientizar os alunos do ensino médio e fundamental. Em paralelo a isso, o Poder Legislativo, devem intensificar leis para proteger essas vítimas e punir com multas as pessoas que cometerem esse ato de violência - moral, física e psicológica- contudo, essa finalidade irá mitigar o problema e garantir que não aconteça a mesma experiência homofóbica em que sofreu o protagonista, Simon.