Sob esse viés, torna-se evidente como o machismo estrutural cristaliza esse panorama. Essa situação surge de um comportamento cultural que impõe padrões estereotipados, associados à submissão e à dependência da mulher em relação ao homem, principalmente no ambiente familiar. Desse modo, o exercício de atividades domésticas, que não recebem prestigio social, é convencionado à mulher - a exemplo do cuidado de filhos, de idosos e da casa e a violência inerente a essas tarefas, como a falta de garantia de direitos trabalhistas, é relativizada em uma organização social patriarcal. Essa reflexão pode ser confirmada pelo conceito de "Banalidade do Mal", de Hannah Arendt, que analisa a instalação imperceptível da violência em sociedade, que é silenciada ao se infiltrar na cultura e dificultar o combate à situação problemática, ilustrada, neste caso, no trabalho de cuidado, que não é problematizado e nem enfrentado.
Além disso, fica claro que o hiato educativo é um dos principais catalisadores dos desafios envolvendo a questão. Isso ocorre, porque o sistema educacional adota um viés tradicionalista, que negligencia a abordagem de temas transversais e polarizados em sociedade, como é o caso da inclusão de minorias,principalmente na esfera parental. Por conseguinte, o contato dos estudantes com o trabalho de cuidado exercido por mulheres é precarizado, justamente pela insuficiência instrutiva, de maneira a perpetuar a consolidação de visões deturpadas, coniventes e repletas de discriminações acerca desse ato. Nessa perspectiva, o raciocínio feito pode ser ratificado.pelo filósofo alemão Immanuel Kant, o qual afirma que: "o homem não é nada além daquilo o que a educação faz dele", dado que não se pode esperar uma formação de uma sociedade livre de prejulgamentos sobre a hierarquização de gênero, se a ela, nem mesmo mediante a educação, foi transmitido esse ensinamento.
Portanto, medidas devem ser tomadas para o enfrentamento dos desafios do trabalho de cuidado para mulheres brasileiras. Para isso, o Ministério dos Direitos Humanos órgão responsável pelo combate à violência de gênero na esfera federal, junto ao Ministério da Educação, deve, por meio da alteração da Base Nacional Comum Curricular e de palestras, alertar e instruir a sociedade acerca dos impasses enfrentados por mulheres no ambiente parental, a fim de combater a estruturação da violência e, com isso, enfrentar a invisibilidade imposta à atividade de cuidado condicionada ao público feminino.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
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Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
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Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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