Sob esse viés, a displicência governamental é vista como uma agravante do descaso frente ao emprego de cuidado. Isso ocorre porque, conforme a pensadora Djamila Ribeiro, é preciso reconhecer a adversidade para que seja possível combatê-la. Essa perspectiva demonstra a falha cometida pelo Estado ao agir de maneira passiva e patrimonialista, ou seja, permitir que a minoria detentora de poder administre o território como um patrimônio privado e favoreça seus próprios interesses e os impasses que os afetam. Diante dessa questão, fica evidente que, por não dar notoriedade à má remuneração ou não pagamento e ao desprezo sofrido por pessoas do sexo feminino nos serviços domésticos, o governo permite o esquecimento da importância de não manter trabalhos análogos ao escravo. Dessa maneira, percebe-se uma omissão estatal, já que o motivo da inoperância dos poderes, quanto à marginalização do ato de cuidar, não é a indisponibilidade de verbas (pois o Brasil está entre as 20 maiores economias, há mais de 10 anos, segundo a FMI), mas sim um histórico desinteresse político e econômico.
Ademais, é lícito postular a influência da classe social nos casos laborais. Esse fato acontece em virtude da, como já estudado pelo filósofo Jhon Rawls, “Loteria Natural”, em que alguns já nascem com vantagens em relação aos outros, o que favorece uma parte da comunidade em determinados contextos da vida. Assim, mesmo sendo pregado um conceito de cidadão igualitário, o acesso à um emprego digno é excludente, haja visto que grande parcela da sociedade, principalmente mulheres negras, aceitam serviços negligenciados devido à falta de oportunidades, segregação socioespacial e a necessidade de sobreviver. Desse modo, torna-se indispensável discutir esse tema em esfera pública, com o intuito de garantir ao corpo social os seus direitos, pois como consta de Constituição Federal de 1988, todos são iguais perante a legislação e devem usufruir de um bem-estar social, físico e mental.
É necessário, portanto, que o governo federal, instância máxima de poder do país, sobretudo o Ministério do Trabalho e Emprego, crie uma ampliação de verba orçamentária anual voltada à promoção de políticas públicas que fiscalizem a recorrência de descaso ao trabalho de cuidado, além de fornecer divulgação de canais de denúncias. Dessa forma, é preciso, por meio de uma votação feita por deputados federais e senadores, aprovar a pauta, a fim de garantir a dignidade à todo o eixo social e diminuir a eugenia. Nesse sentido, o cenário hodierno brasileiro se distanciará do vivido em “Gossip Girl”.
Demonstrar domínio da norma da língua escrita.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Sua nota nessa competência foi: Redação ainda não pontuada
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
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