Na série "Gossip Girl", é abordada uma personagem chamada Dorota que é desvalorizada e ridicularizada por seu emprego de cuidadora. Para além da obra, é possível observar na conjuntura brasileira casos semelhantes ao da personagem ficciosa. Dado isso, tendo em vista os desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil, é evidente a desigualdade de gênero e a desvalorização do trabalho de cuidadora.
A princípio, é importante notar que a desigualdade de gênero potencializa a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher brasileira. Segundo a Constituição Federal de 1988, todo cidadão é igual perante a lei. Entretanto, observa-se uma falha de Lei Maior uma vez que o trabalho de cuidado mal pago e não remunerado é desproporcionalmente assumido por mulheres, sob isso, devido à discriminação de gênero. Logo é inadmissível que cenário continue a perdurar.
Ademais, é igualmente preciso apontar a desvalorização do emprego de cuidadora. De acordo com a pesquisa realizada pelo G1, 67,3% das mulheres pobres que trabalham como cuidadora são destratadas e não tem o esforço reconhecido pelos chefes. Nesse contexto, essas mulheres sofrem diversos abusos psicológicos e não denunciam por estares situação de pobreza e por medo de perderem o emprego. Nessa perspectiva, faz-se imprescindível uma intervenção estatal.
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher brasileira. Desse modo, a fim de promover a igualdade de gênero e a valorização do trabalho de cuidadora, é preciso que o Governo Federal por meio da criação de novas políticas públicas e pela divulgação de campanhas de conscientização para a sociedade. Espera-se assim que o sofrimento vivido pela personagem Dorota, na série "Gossip Girl", delimitem-se apenas em plano televisual.