No filme "Cinderela", clássico produzido pela Disney, é retratada a situação de uma jovem que não pode viver sua vida plenamente, pois precisa se dedicar ao trabalho doméstico. Infelizmente, tal conjuntura não se resume somente às telas, considerando o fato de que milhares de mulheres no Brasil doam todo seu tempo ao trabalho de cuidado sem nenhuma remuneração.
  Partindo desse pressuposto, é possível observar como a sociedade impõe esse tipo de trabalho como obrigação para as mulheres desde os tempos antigos, em que os homens trabalhavam fora, assalariados, e as mulheres deviam cuidar das crianças, realizar a limpeza da casa, cozinhar, entre outros. Tal modelo social foi sendo enraizado e se estende, em muitas famílias, até os dias de hoje, mesmo com todas as mudanças e lutas pela igualdade de gêneros. Essa visão ultrapassada de que a mulher tem a obrigação de realizar essas tarefas faz com que não sejam devidamente reconhecidas por esse trabalho que é tão digno.
  Dessa forma, cresce o número de mulheres com problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima, porque se sentem inúteis e incapazes de se realizar profissionalmente e pessoalmente, o que causa um sentimento de impotência e invisibilidade, em conjunto com o fato de que se sentem sozinhas na maior parte do tempo. Além disso, a saúde física também pode ser afetada, devido ao grande esforço diário e cansaço extremo. 
  Em síntese, esse problema infelizmente acompanha a sociedade a muito tempo e ainda é normalizado por muitas pessoas. Portanto, é necessário o esforço coletivo de cidadãos e de órgãos superiores para superar esse estigma. O governo federal deve promover ações e campanhas que levem para as mulheres menos favorecidas a informação de que merecem ser reconhecidas e não são invisíveis, oferecendo a ajuda necessária. Em conjunto, devem ser implantadas no currículo escolar palestras que deixem claro que colocar as mulheres nesse papel é incorreto. É indubitável que um trabalho tão essencial para a manutenção da sociedade merece ser valorizado.