A Constituição Federal Brasileira de 1988 adverte que deve ser concedido o direito de acesso à educação para portadores de deficiência. Porém, na prática percebe-se que isso não é realizado de forma efetiva, já que grande parcela de surdos na sociedade brasileira sofre dificuldades ao tentar ingressar nos sistemas de ensino, devido à estigmas e negligência governamental: fatores que merecem atenção.
Em primeira análise, vale ressaltar o preconceito associado aos deficientes. Acerca disso, na série televisiva “Stranger Things”, o protagonista Dustin era vítima de bullying na escola apenas por ser portador de uma síndrome. Paralelamente, no Brasil, os deficientes auditivos são alvos de discriminação, como consequência sentem-se “excluídos” e fora dos padrões incoerentes impostos pela sociedade, agravando o processo de exclusão social.
Ademais, é importante destacar o não comprometimento do Governo para com os seus deveres. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, algumas instituições, apesar de existirem, perderam sua função social –denominadas instituições zumbis-. Este conceito pode ser associado ao Estado, pois não cumpre o seu papel de garantir acesso à educação para surdos de forma eficaz, dificultando o desenvolvimento de talentos e habilidades destes deficientes.
Portanto, medidas são necessárias para resolver a problemática. Cabe ao Ministério da Educação (MEC), em parceria com as mídias digitais, escolas e universidades, combater as discriminações que atingem a população surda, por meio de campanhas informativas para conscientizar toda a sociedade. Além disso, o MEC deve garantir maior acessibilidade à linguagem dos surdos, introduzindo aulas de libras em todos os sistemas de ensino, a fim de incentivar a inclusão social dessa minoria. Dessa forma, poderá ser cumprido o que consta na Constituição Federal, amenizando os desafios enfrentados pelos surdos na formação educacional.