Segundo a historiografia,nota-se que em 1549 foi fundada a primeira escola no Brasil;entretanto,apenas em 1857, há mais de três séculos depois, ocorreu então a fundação da primeira escola especializada na educação de surdos,e apesar de alguns progressos obtidos, nosso país continua a "engatinhar" no que tange a formação educacional de surdos, portanto,há ainda muitos desafios a serem superados.
Em primeira análise é possível observar que a despeito da implementação de leis para assegurarem a qualidade de vida dos cidadãos surdos( tendo como exemplificação, o parágrafo único do artigo 27 da lei de número 13.146 - É dever do Estado, da família, da comunidae escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação-), é improcedente afirmar que os surdos desfrutam plenamente de seus direitos como cidadãos; tendo suas dignidades violadas desde seus primeiros anos de vida, uma vez que o Estado e a sociedade como um todo não oferecem com totalidade o amparo necessário para os mesmos.
Nesse viés, é indispensável salientar que a formação educacional dos surdos enfrenta diversos desafios no Brasil, devido principalmente à precariedade da estrutura de ensino básico oferecida , o preconceito da sociedade, à escassez e à má distribuição de escolas públicas com acessibilidade e profissionais capacitados para acolher e devidamente orientar não somente aos estudantes, outrossim, aos familiares dos mesmos para que haja um desenvolvimento contínuo da aprendizagem, de maneira inclusiva, não havendo discriminação entre os outros estudantes.
Ademais com a conclusão do ensino básico estes problemas não se encerram, de outro modo, acompanha-os ao longo de suas vidas acadêmicas e laborais; uma vez que poucos recursos são oferecidos para que a pessoa surda tenha assegurado o seu direito ao trabalho como determina o artigo 23 da declaração universal dos direitos humanos, ressaltando que os programas de cotas e vagas de estudos e emprego oferecidas por instituições públicas e privadas não são suficientes para atender a demanda social.
Em virtude dos fatos mencionados, é indubitável a necessidade de que medidas sejam para combater a exclusão social e educacional dos surdos; tais como programas governamentais de incentivo à contratação dos mesmos pelas empresas privadas, e de acompanhamento para assegurar a empregabilidade destes também em órgãos públicos, a implementação do ensino da linguagem brasileira de sinais nas escolas desde o ensino fundamental , e a incrementação de palestras, debates e eventos pedagógicos para conscientização da sociedade, haja vista que o preconceito social , enfrentado cotidianamente pelos surdos,é um dos maiores desafios à ser vencido no processo educacional destes.

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