Na obra "Assim falou Zaratustra", do escritor Friedrich Nietzsche, é apresentada a ideia do eterno devir, em que a sociedade deve aproveitar a vida da melhor forma possível, e, só então, morrer. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a democratização do acesso à internet no Brasil, necessária para maior qualidade de vida, apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de Zaratustra. Esse cenário antagônico é fruto tanto da inércia governamental quanto da concentração desigual de renda no país. Diante disso, torna-se fundamental a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
Precipuamente, é fulcral pontuar que os desafios para a democratização do acesso à internet derivam da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à inércia governamental, há a ausência da criação de políticas públicas e programas públicos que colaborem para a inclusão digital. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Ademais, é imperativo ressaltar a concentração desigual de renda do país como promotora do problema. De acordo o ranking mundial de concentração desigual de rendas, o Brasil está em segundo lugar, perdendo apenas para o Catar, embora seja a nona maior economia mundial. Partindo desse pressuposto, os problemas financeiros de grande parcela da nação auxiliam na problemática, uma vez que o acesso a recursos digitais é altamente custeado no mercado nacional. Tudo isso retarda a resolução do empecilho, já que a concentração desigual de renda contribui para a perpetuação desse quadro deletério.
Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço desses desafios na sociedade brasileira. Dessarte, com o intuito de mitigar esse problema, necessita-se, urgentemente, que o Tribunal de Contas da União direcione capital que, por intermédio do Poder Legislativo, será revertido na criação e na execução de políticas públicas para a inclusão digital, e também em uma fiscalização de impostos, para um balanço monetário que contribua com a propagação da renda no país. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo da ausência da democratização do acesso à internet no Brasil, e a coletividade alcançará o eterno devir.