Sob a perspectiva do filósofo grego, Aristóteles, todos os homens têm, por natureza, o direito de aprender. Todavia, no atual cenário contemporâneo brasileiro, o pensamento de Aristóteles não é posto em prática com eficiência, visto que, o Estado é negligente no que concerne aos desafios do ensino à distância e a democratização do ensino. Nessa prima, destaque-se dois aspectos importantes: difícil acesso à internet de qualidade e a falta de condição para possuir aparelhos eletrônicos.

Em primeira análise, evidencia-se a dificuldade de diversos estudantes ao alcance à internet de qualidade por razões econômicas ou falta de serviço na área, especialmente, alunos da rede pública. Por esse ângulo, segundo o IBGE, 4,3 milhões de estudantes brasileiros entraram na pandemia sem acesso à internet - 4 milhões consistiam no ensino público. Desta maneira, a desigualdade entre os acadêmicos brasileiros cresceu mais uma vez. Consequentemente, eles foram prejudicados e sofreram para conseguir continuar os estudos durante a pandemia.

Além disso, é notório a falta de condição financeira de numerosos alunos para conseguir possuir um aparelho eletrônico, como um celular ou computador, de qualidade para conseguir ter acesso às aulas e exercícios oferecidas somente online. Conforme o IBGE, a diferença da posse de tablet e computador entre os grupos na rede de ensino é excepcionalmente grande. Dessa forma, o alcance para uma educação de qualidade para os alunos da rede pública de educação é novamente afetado.

Depreende-se, portanto, a adoção de medidas que venham diminuir os desafios do EAD e a democratização do ensino. Em vista disso, cabe ao Governo Federal, o Ministério da Educação e os estados investirem para ajudar esses estudantes, através de auxílios digitais, disponibilizando financiamento para compras de aparelhos eletrônicos e instalação de internet. Somente assim, o pensamento de Aristóteles será posto em ação no atual cenário brasileiro.