A pandemia de coronavírus iniciada em 2020 forçou o sistema educacional brasileiro a se adaptar à realidade do isolamento social por meio da implementação do Ensino a Distância (EAD). Apesar da sua flexibilidade, este método esbarra na falta de acesso à internet e apresenta restrições quando comparado ao sistema tradicional de ensino.
Em princípio, destaca-se a exclusão digital como empecilho ao funcionamento do EAD no Brasil. A cibercultura, conceito forjado por Pierre Lévy, tem suprimido o meio físico, dispensando o aparato necessário da educação tradicional, ao mesmo tempo que cria seus excluídos. Este último processo é evidenciado no país pela ausência de acesso à internet ou então pela instabilidade e baixa velocidade desta, uma vez que os melhores planos são inviáveis economicamente.
Ademais, o Ensino a Distância também apresenta outras dificuldades para além da conexão com a rede mundial de computadores. Entre estas, estão a impossibilidade da socialização - processo essencial de assimilação da cultura, sobretudo na infância - e contato direto com o professor, além de trazer maior facilidade em burlar avaliações, por exemplo. Por fim, o EAD também exige uma maior participação dos pais/responsáveis do aluno em idade escolar que, em virtude da jornada exaustiva de alguns, pode não ser uma opção.
É necessário, portanto, que os governos estaduais realizem uma parceria com empresas que ofereçam internet de fibra óptica para a população a baixos custos ou até gratuitamente para famílias de baixa renda, que em troca receberiam isenção de determinados impostos, por exemplo. Assim, mais pessoas teriam acesso a essa modalidade de ensino, que poderia ser utilizada nas escolas em situações de emergência como o caso da Covid-19, atuando desta maneira na democratização da educação e inclusão digital dos cidadãos.