No jogo Celeste (2018), é apresentado ao jogador a personagem Madeline. Com o objetivo de escalar uma montanha, ela se defronta com sua versão sombria que a atrapalha em boa parte do caminho: Badeline, a representação de seus próprios medos e suas angústias. Tal elemento serve como uma metáfora para abordar o problema da depressão, que tem sido abordado nesta e em outras obras de ficção, muitos influenciadas ao seu crescimento nos últimos anos. Tal doença, que em casos mais extremos pode levar a suicido, também é grande preocupação no Brasil, e não é menor é a necessidade de se combater – la.
No país, segundo a Organização Mundial da Saúde, 5,8% da população é afetada pela depressão. Tal fenômeno encontra-se em uma crescente, coincidindo com transformações no ambiente social, em que obrigações como o trabalho e o estudo ficam mais rígidos e exigentes e que tem, em certos casos, gerado até mesmo a “Síndrome de Burnout”, doença relacionada a dedicação exagerada ao serviço e que potencialmente leva a depressão. Além disso, existe o excesso de telas(como televisão, celulares e computadores) e informações, e tal fato, além da pressão das obrigações, facilita o estresse, uma das possíveis causas da doença, através do esgotamento do cérebro acostumado a incentivos contínuos. Assim, cresce também o número de afetados pela doença psicológica, o que torna mais evidente a necessidade de hábitos de prevenção que tenha haver com o cuidado com a mente, como atividade físicas e boa alimentação.
Em sua pior consequência, a depressão pode levar ao suicídio com um gatilho em um estágio grave da doença. Um exemplo disso é a “Baleia Azul”, uma lista desafios que apareceu na internet em 2017 e chamou atenção da grande mídia por ter tarefas macabras, sendo o último deles a retirada da própria vida. Tal jogo, que inclusive teve casos no Brasil, atingia principalmente jovens que já tinham problemas. No entanto, o estopim para o suicídio pode ser muito mais coisas do que tal evento “incomum”, portanto é preciso alerta aos sinais, como falas que revelam um desgosto pela vida, além dos sintomas da depressão (como desanimo e tristeza constante). Entretanto, existe um tabu generalizado quanto ao assunto, que trata tanto a depressão quanto o suicídio como “frescura”, o que além de levar a subestimação do perigo, desencoraja a pessoa ao ato de pedir ajuda.
Sendo assim, a depressão é um problema real e que tem sido agravado por problemas sociais além de que há uma existência de um receio para o debata tanto da doença, quanto de sua pior consequência, o suicídio. Medidas devem ser tomadas, como articulações de estruturas como Ministério da Saúde para criar campanhas publicitárias para informar da sociedade sobre tais assuntos a ponto de desmitificar – los, além de promover hábitos de cuidados mentais. Fora isso, é preciso também novas legislações que forcem as empresas a melhor prepararem suas estruturas para reduzir o estresse de seus funcionários.