No livro "O Cidadão de Papel" do jornalista Gilberto de Dimentein, a denúncia da ineficácia de diversos mecanismos legais é feita, evidenciando uma cidadania aparente - metáfora utilizada pelo autor. Nesse sentido, pode-se relacionar tal premissa com está ocorrendo no Brasil, por exemplo, a democratização do acesso ao cinema. Isso é causado pela invisibilidade social e o individualismo, fatos que perpetuam esse problema.

Cabe mencionar, em primeiro plano, que, conforme o filósofo Pierre Boudieu, o que é criado para ser instrumento da democracia não deve ser convertido como um mecanismo de opressão. Nesse viés, observa-se que a mídia, ao invés de promover debates que elevam o nível de informação da população acerca da democratização do acesso ao cinema, infelizmente influenciam na invisibilidade social, já que em redes sociais, programas de TVs, não há debate suficiente para os indivíduos. Consequentemente, muitas pessoas vivem situações degradantes, por exemplo, a perda do acesso à cultura audiovisual, ocasionando na desigualdade social no país.

Portanto, em segundo plano, conforme o conceito de banalidade do mal, gerada pela filósofa Hannah Arendt, quanto uma atitude hostil ocorre constantemente, a sociedade passa a vê-lo como banal. Desse modo, isso evidencia a irracionalidade em relação ao acesso ao cinema, configurando a trivialização da maldade que, para Arendt, acontece quando há falta de reflexão sobre os males ao redor dos indivíduos. Nesse sentido, percebe que a população normalizou esse problema. Como consequência, isso gera a cultura da indiferença.

Logo, cabe ao Ministério da Cultura e ao Governo Federal criar mecanismos de isenção para pessoas de baixa renda a ingressos do cinema. Essa ação irá ocorrer por meio de projetos de leis. Isso, então, tem como finalidade de remediar não somente a invisibilidade social, mas também o individualismo.