"O Brasil é e sempre será o país do futuro". Essa frase de Millôr Fernandes, pode ser evocada para entender aquilo que está subjacente no ideário da nação acerca da democratização do acesso ao cinema: uma sociedade que acredita no futuro do país, mas, ironicamente, é incapaz de encontrar medidas que disponibilizam a ida de todos ao cinema. Em face do exposto, resta analisar essa problemática.
Indubitável é salientar, nesse sentido, que o cinema enfrenta algumas dificuldades. Cumpre enfatizar, de início, que após a Revolução Industrial ocorreu uma urbanização acelerada. Desse modo, com o crescimento populacional as verbas destinadas as empresas cinematográficas e a infraestrutura dos cinemas, foram insuficientes, as quais acabaram abalando o mundo dos filmes. Além disso, para se manter os cinemas começaram a cobrar cada vez mais caros seus ingressos, cuja consequência não fora outra senão a enfatização das diferenças de classes, pois somente pessoas que obtinham mais dinheiro iriam conseguir pagar. Prova disso, são dados divulgados pela Ancine, os quais afirmam que algumas populações foram excluídas do universo do cinema ou continuam mal atendidas, como o Norte e o Nordeste, periferias urbanas e cidades pequenas do interior.
É importante considerar, sob tal prerrogativa, que a função do cinema , muitas vezes é expor conhecimento. Cabe destacar, por oportuno, que os diretores sempre procuram coisas novas, para não deixar cair na mesmice, buscando sempre preferências do espectador. Ademais, a democratização do acesso ao cinema limita algumas das áreas da aprendizagem, uma vez que além dos filmes passarem lições sobre a vida, transmitem conhecimento de outras áreas do saber como, história, geografia, entre outras. A propósito, Francis Bacon afirma que conhecimento é poder. Partindo dessa linha de pensamento, vê-se que é por meio de filmes, documentários e curtas-metragens que é possível entender o passado para compreender o futuro, além das relações sociais existentes.
Subjaz, portanto, que aluta para combater a democratização do acesso ao cinema apresenta entraves que necessitam ser revertidos. Logo, a sociedade civil organizada, por meio de funcionários como atores e diretores e pessoas que gostam de ir ao cinema devem pressionar o Congresso, com passeatas nas principais ruas das cidades e movimentos virtuais, a fim de que disponibilizem mais verbas para a construção de novas salas de cinema e restauração das antigas, com o intuito de atender todo o público, sem que haja superlotação. Por outro viés, o Governo pode analisar a renda das pessoas, por meio de plataformas digitais, que as famílias se cadastram, com o objetivo de disponibilizar para famílias de baixa renda carteirinhas com até 75% de desconto na compra de ingressos, para que essas pessoas possam assistir os filmes com sua família. Posto isso, esses são os primeiros passos para garantir a facilidade de acesso ao cinema.

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